Por Coletivo DAR
Tá no ar o novo episódio do Filosofia de Biqueira, nosso querido podcast! Dessa vez a gente trocou ideia sobre a relação histórica entre drogas e cinema, filmes sobre política de drogas (bons e péssimos), filmes perfeitos pra ver na brisa e mais.
O cinema sempre buscou de alguma forma representar a realidade por meio da ficção. Como qualquer arte, é inegável sua dimensão política, e através dessas representações fictícias do real muitas coisas foram de fato expostas.
As drogas no cinema surgem, sem dúvida, como uma tentativa de representar a realidade de um dos grandes mistérios da humanidade: a alteração da consciência. Entretanto, em um contexto artístico, podemos ver toda experiência estética como uma experiência de alteração de consciência.
Então para que as drogas surgem no cinema? Elas talvez sejam a conexão entre aquilo que evidenciamos em nosso dia-a-dia, além da possibilidade da viagem para outros lugares dentro de nós mesmos. De toda maneira, o desejo maior do cineasta é de fato provocar essa alteração de consciência, esse transporte, o famoso “tocar” a audiência.
Não é à toa, então, que o uso de drogas no cinema é amplíssimo. Todas as vezes que aparece qualquer tipo de relação entre substâncias psicoativas (café, álcool, açúcar, tabaco, maconha, LSD, cocaína, etc) e os personagens em uma cena de cinema é de se esperar a reação do público. Mesmo quando as drogas que aparecem não são de fato ilícitas. Uma das cenas marcantes em Bastardos Inglórios de Quentin Tarantino é a conversa entre o Col. Hans Landa (Christoph Waltz) e a judia Shosana (Mélanie Laurent) em um restaurante, enquanto fumam e comem um apfestrudel. Claramente o uso do tabaco e do açúcar concorrendo com os sentimentos de tensão e ansiedade na cena não é sem propósito.
Essa busca da alteração da consciência humana por meio de experiências artísticas ou psicodélicas está por aí, seja mostrando o consumo de drogas (desde Dumbo à Trainspotting), ou usando a projeção cinematográfica de uma forma impactante.
Este episódio de Filosofia de Biqueira é para aqueles que acham que o cinema deve mesmo é buscar alterar nossa consciência, com ou sem drogas. E para ajudar vocês, montamos uma listinha com filmes que mencionamos no episódio, e mais alguns não comentados pra você poder preparar a pipoca e só dar o play.
Documentários:
– Cortina de Fumaça (Rodrigo MacNiven)
– Grass (Ron Mann)
– The Union (Brett Harvey)
– Ilegal (Tarso Araujo, Raphael Erichsen)
– A 13ª Emenda (Ava DuVernay)
– Baseado em fatos raciais (Fab 5 Freddy)
– Dancing with the Devil (Michael D. Ratner)
– The sunshine makers (Cosmo Feilding-Mellen)
– Os dois Escobares (Jeff Zimbalist, Michael Zimbalist)
Filmes pra brisar:
– Cheech & Chong (Tommy Chong, Lou Adler)
– Pineaple Express (David Gordon Green)
– Yellow Submarine (George Dunning)
– Across the Universe (Julie Taymor)
– Os Sonhos (Akira Kurosawa)
– Festa da Salsicha (Conrad Vernon, Greg Tiernan)
– Mágico de Oz (Victor Fleming) (com ou sem Dark Side Of The Moon)
– O Grande Lebowski (Ethan Coen, Joel Coen)
– À procura de Eric (Ken Loach)
– O Abraço da Serpente (Ciro Guerra)
Filmes com o tema de drogas:
– Bicho de Sete Cabeças (Laís Bodanzky)
– Árido Movie (Lírio Ferreira)
– Meteorango Kid (André Luiz Oliveira)
– Druk – Mais uma Rodada (Thomas Vinterberg)
– The Last Black Man in San Francisco (Joe Talbot)
– Quarta B (Marcelo Galvão)
– Medo e Delírio em Las Vegas (Terry Gilliam)
– O Lobo de Wall Street (Martin Scorsese)
– Cidade de Deus (Fernando Meirelles, Kátia Lund)
– Trainspotting (Danny Boyle)
– Brincando nos Campos do Senhor (Héctor Babenco)
– Rockers (Theodoros Bafaloukos)
Séries:
– Midnight Gospel
– Breaking Bad
– What We Do in the Shadows
– Doutor Castor
– Chapo
– Ozark
– Top Boy
– The wire
– Weeds