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ATENÇÃO: Quem quiser somar na ação artística, venha de camiseta branca (que possa sujar) e chegue às 18h pontualmente. Hasta!
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No dia em que o desaparecimento dos 43 estudantes normalistas completa dois meses, nos reuniremos em frente ao consulado mexicano pra somar nossas vozes ao grito por Justiça e Solidariedade para Ayotzinapa. Quem fecha com a gente? Já basta de militarização e guerra às drogas, no México e no mundo! SOM@S TOD@s 43
“A rebeldia é a vida: a submissão é a morte” Ricardo Flores Magón
Desde o último dia 26 de setembro de 2014 os olhos do mundo estão voltados para o México. Neste dia Estado e narcotráfico mostraram mais uma vez até onde pode ir a guerra às drogas: 6 mortos em tiroteios promovidos por essa antiga e lucrativa aliança, e mais 43 estudantes desaparecidos.
Para manter vivo o protesto contra essa barbárie estatal sem limites e mostrar nossa solidariedade internacional, faremos uma ação em frente ao Consulado Mexicano no dia em que o massacre completa dois meses (26/11). De quebra lembraremos que a guerra às drogas não faz vítimas só no México, a arma está na nossa testa também, só não vê quem não quer.
“Vivos os levaram, vivos os queremos”, gritam seus pais, amigos, familiares, com uma revolta tão digna e justa que contagiou movimentos sociais de todo o México e do resto do mundo também. No Brasil não é diferente, já foram inúmeras as manifestações de solidariedade fazendo coro a esse enorme “Já basta!”. Chega de tortura, morte, militarização, corrupção, desse Estado autoritário e fascista com os debaixo e obediente e eficiente para os interesses dos de cima – lá e aqui. “Que se vayan todos” os políticos que ganham com nosso sofrimento, que caia o Estado assassino de estudantes e sonhos – lá e aqui.
Entre 1985 e 2014 o México matou ou prendeu mais de 20 (supostos) chefes de grandes organizações comerciantes de drogas, e 10% do PIB do país em 2013 foi direcionado para “combater a violência”. O consumo de substância proibidas e os lucros, principalmente no vizinho Estados Unidos, continuaram em alta, com um “efeito colateral” que fala por si: de 2006 pra cá foram cerca de 80 mil mortos e 25 mil desaparecidos nessa guerra que só tem efeitos positivos para os poucos que ganham muito com ela.
No Brasil, sabemos, não é diferente: temos uma das polícias que mais mata e tortura no mundo e a terceira população de presos do planeta, grande parte deles por crimes relativos a drogas, e nada disso afetou os níveis de consumo. “Tanta guerra pra nada, nada, nada” diz o Ponto de Equilíbrio, mas será para nada mesmo? “Enquanto tem gente morrendo tem outros enchendo a pança!”, nos lembra o Planet Hemp.
Não é possível que haja dúvidas quanto a isso. A guerra às drogas é uma guerra contra pessoas, contra todos nós que não estamos enchendo a pança com ela, sobretudo contra os pobres, os negros, os jovens, os divergentes. Não é possível que isso continue, que o desaparecimento de 43 estudantes rurais e a dor de suas famílias não nos façam lembrar da dor de tantas outras famílias e vidas destroçadas pela violência do Estado e pela hipócrita proibição das drogas.”Sua raiva também é nossa raiva”, lembram os zapatistas, e fazemos coro com eles.
Somos todos 43, somos nós que estamos morrendo nessa guerra absurda. Numa hora dessas é impossível não se indignar. Numa hora dessas, é impossível deixar de lutar: quem fecha com a gente? “O abismo não nos detém: a água é mais bela despencando”: Magón, de novo. Já basta.
Coletivo Desentorpecendo A Razão
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