• Home
  • Quem somos
  • A razão entorpecida
  • Chame o DAR pra sua quebrada ou escola
  • Fale com a gente
  • Podcast
  • Quem somos
  • A razão entorpecida
  • Podcast
  • Chame o DAR pra sua quebrada ou escola
  • Fale com a gente
Abril 06, 2010

Site novo do Princípio Ativo: ABEAD: ciência sem-vergonha é coisa do passado

O Princípio Ativo é um coletivo antiproibicionista de Porto Alegre, há muito tempo na  linha de frente da luta por redução de danos e por uma outra mentalidade que paute a política de drogas no Brasil. Quando formamos o nosso humilde DAR, o pessoal do Princípio já era referência, até o “Coletivo antiproibicionista de SP” no subtítulo do nosso blog foi inspirado no antigo site deles. E agora eles estão com um belíssimo novo portal, o que em São Paulo se costuma chamar de “patronagem”, realmente muito bom, confiram: o conteúdo de qualidade de sempre (e agora com mais atualizações) aliados a uma forma muito boa de navegar.   Além de indicar o novo portal, remetemos a esse ácido e sensato post:

ABEAD: ciência sem-vergonha é coisa do passado

“Escreveu, não leu; o pau comeu”
(dito popular)

RESUMO:

Há algum tempo atrás, um artigozinho vergonhoso “contra as drogas” fora evacuado no meio acadêmico brazuca. Embora pesquisadores da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e outras Drogas (ABEAD) tenham assumido a responsabilidade pelo atentado, o Observatório Esporádico de Notícias Surreais do coletivo Princípio Ativo nunca descartou uma provável conexão com a máfia dos leitos.
Acompanhe agora & em detalhes, neste blog, a revisão do infame artigo “Crack – redução de que danos para crianças e adolescentes“, uma triste amostra do baixo nível da pesquisa sobre drogas no país.
Confira, também, nossas dicas sobre como prevenir sua inteligência e paciência destes verdadeiros flagelos sociais.

INTRODUÇÃO:

1- Tentando jogar pra sua torcida (a de ovelhas), o autor do artigo pegou a onda do pânico moral sobre crack. Ponto para ele.
2- Ao construir sua argumentação, o artigo informa que o crack é uma droga fumada que vai para o pulmão (e não para o fígado ou para o ombro esquerdo, como certamente devem pensar os pesquisadores que não fazem parte da ABEAD).
3- Mais adiante vimos que, para o dito pesquisador, nenhuma política de prevenção poderia “deixar” [sic] que ninguém usasse droga alguma. Notamos aqui, no artigo, a falta de dados empíricos que apontassem para exemplos de experiências de repressão que tenham dado certo – pelo menos nos últimos 4.429 anos.
4- De repente, a medieval teoria da “porta de entrada” ressurge das cinzas. Além disso, o autor desconsidera totalmente que dar um dois possa fazer diferença justamente ali, onde o remedinho não funciona pra conter a fissura.
5- Depois disso, informa-nos o artigo de que o crack libera uma tal de dopamina não-importa-onde e que, por isso, têm um “grande potencial aditivo”.
6- Por fim, culminando toda sua erudição num golpe de mestre, utiliza-se o pesquisador de um rebuscadíssimo método comparativo para alertar-nos do poder destrutivo do crack, afirmando que a tal dopamina, durante o uso, consta como “seis vezes mais alta do que a obtida [sic] no prazer sexual“.

Este último cálculo é especialmente revelador. Pra essa turma, “prazer sexual” é algo que, além de ser obtido, também pode ser medido. Assim, não fica tão difícil pensar em qual laboratório eles costumam obter seus dados.

Foto: pesquisador da ABEAD,
flagrado durante o processo de coleta de dados.

DESENVOLVIMENTO:

Redução de Danos têm a ver com estratégias de saúde que não consideram quem usa drogas como necessariamente pessoas que deveriam ser internadas ou presas. A máfia dos leitos costuma ver tudo isso como um grande perigo. Eis que aqui nosso manequim da ABEAD, para dizer que a Redução de Danos “não funciona”, descreve a RD da seguinte maneira:

“(…) ensinem [sic] ao adolescente usuário de crack a conviver melhor com os apetrechos de uso, criar ‘vínculo emocional’ com o seu cachimbo, e que priorizem [sic] a produção de cartilhas que orientem [sic] o adolescente a como usar de modo “seguro” álcool e outras drogas [sic], dificilmente podem ser consideradas benéficas para um indivíduo em fase de maturação cerebral [sic]“.

Não vamos entrar no debate sobre em qual “fase de maturação cerebral” uma pessoa deve se encontrar para concordar com o texto. O que nos chama atenção é: desde quando isso que o autor descreve é considerado como Redução de Danos? Segundo fontes oficiais, a RD “é uma diretriz de trabalho do SUS”. Segundo nossas fontes informais, a RD “funciona porque o pessoal entra na roda na humildade”.

Na verdade, distribuir receitas para usos seguros de drogas seria uma contradição com a RD, pois as estratégias da Redução de Danos são construídas junto com quem usa. Não são “orientações”. Desorientadas são só as pessoas que levam a sério um artigo evacuado desses.

Se para a pesquisa da ABEAD, Redução de Danos é isso mesmo, é porque não cumpriram com o dever de casa. Viciaram o olhar desde a escolinha da graduação, onde aprenderam (com seus amigos representantes de laboratórios) que o negócio da saúde é ganhar dinheiro sem passar trabalho.

CONCLUSÃO:

Se é óbvio que crianças e adolescentes usando crack por aí têm uma série de questões tão ou mais problemáticas do que a presença da droga em si (e o próprio autor do artigo arranha esta questão), bem, não é internando e dopando que vamos resolver as causas dos problemas. Se o crack não existisse, elas estariam gastando seus pulmões e neurônios (infelizmente) atrás de um outro remédio antimonotonia qualquer. Dizer que o crack é perigoso e que portanto “abordagens sociais como distribuição de panfletos” não funciona, é TERGIVERSAR. Abordagem social, antes de mais nada, é aquela não se cria de cima pra baixo.

A Redução de Danos nunca foi e nunca será algo reduzido a “distribuição de insumos e receitinhas de bolo”, a não ser somente de acordo com a limitada compreensão de certos especialistas sobre o que signifique promover saúde.

Por isso, invertemos a pergunta para ABEAD e sua turma: defendendo a guerra policial nas comunidades, promoção de que saúde, para as crianças e adolescentes que usam crack?

Comments

comments

Nos ajude a melhorar o sítio! Caso repare um erro, notifique para nós!

Recent Posts

  • NOV 26 NÓS SOMOS OS 43 – Ação de solidariedade a Ayotzinapa
  • Quem foi a primeira mulher a usar LSD
  • Cloroquina, crack e tratamentos de morte
  • Polícia abre inquérito em perseguição política contra A Craco Resiste
  • Um jeito de plantar maconha (dentro de casa)

Recent Comments

  1. DAR – Desentorpecendo A Razão em Guerras às drogas: a consolidação de um Estado racista
  2. No Grajaú, polícia ainda não entendeu que falar de maconha não é crime em No Grajaú, polícia ainda não entendeu que falar de maconha não é crime
  3. DAR – Desentorpecendo A Razão – Um canceriano sem lar. em “Espetáculo de liberdade”: Marcha da Maconha SP deixou saudade!
  4. 10 motivos para legalizar a maconha – Verão da Lata em Visitei um clube canábico no Uruguai e devia ter ficado por lá
  5. Argyreia Nervosa e Redução de Danos – RD com Logan em Anvisa anuncia proibição da Sálvia Divinorum e do LSA

Archives

  • Março 2022
  • Dezembro 2021
  • Setembro 2021
  • Agosto 2021
  • Julho 2021
  • Maio 2021
  • Abril 2021
  • Março 2021
  • Fevereiro 2021
  • Janeiro 2021
  • Dezembro 2020
  • Novembro 2020
  • Outubro 2020
  • Setembro 2020
  • Agosto 2020
  • Julho 2020
  • Junho 2020
  • Março 2019
  • Setembro 2018
  • Junho 2018
  • Maio 2018
  • Abril 2018
  • Março 2018
  • Fevereiro 2018
  • Dezembro 2017
  • Novembro 2017
  • Outubro 2017
  • Agosto 2017
  • Julho 2017
  • Junho 2017
  • Maio 2017
  • Abril 2017
  • Março 2017
  • Janeiro 2017
  • Dezembro 2016
  • Novembro 2016
  • Setembro 2016
  • Agosto 2016
  • Julho 2016
  • Junho 2016
  • Maio 2016
  • Abril 2016
  • Março 2016
  • Fevereiro 2016
  • Janeiro 2016
  • Dezembro 2015
  • Novembro 2015
  • Outubro 2015
  • Setembro 2015
  • Agosto 2015
  • Julho 2015
  • Junho 2015
  • Maio 2015
  • Abril 2015
  • Março 2015
  • Fevereiro 2015
  • Janeiro 2015
  • Dezembro 2014
  • Novembro 2014
  • Outubro 2014
  • Setembro 2014
  • Agosto 2014
  • Julho 2014
  • Junho 2014
  • Maio 2014
  • Abril 2014
  • Março 2014
  • Fevereiro 2014
  • Janeiro 2014
  • Dezembro 2013
  • Novembro 2013
  • Outubro 2013
  • Setembro 2013
  • Agosto 2013
  • Julho 2013
  • Junho 2013
  • Maio 2013
  • Abril 2013
  • Março 2013
  • Fevereiro 2013
  • Janeiro 2013
  • Dezembro 2012
  • Novembro 2012
  • Outubro 2012
  • Setembro 2012
  • Agosto 2012
  • Julho 2012
  • Junho 2012
  • Maio 2012
  • Abril 2012
  • Março 2012
  • Fevereiro 2012
  • Janeiro 2012
  • Dezembro 2011
  • Novembro 2011
  • Outubro 2011
  • Setembro 2011
  • Agosto 2011
  • Julho 2011
  • Junho 2011
  • Maio 2011
  • Abril 2011
  • Março 2011
  • Fevereiro 2011
  • Janeiro 2011
  • Dezembro 2010
  • Novembro 2010
  • Outubro 2010
  • Setembro 2010
  • Agosto 2010
  • Julho 2010
  • Junho 2010
  • Maio 2010
  • Abril 2010
  • Março 2010
  • Fevereiro 2010
  • Janeiro 2010
  • Dezembro 2009
  • Novembro 2009
  • Outubro 2009
  • Setembro 2009
  • Agosto 2009
  • Julho 2009

Categories

  • Abre a roda
  • Abusos da polí­cia
  • Antiproibicionismo
  • Cartas na mesa
  • Criminalização da pobreza
  • Cultura
  • Cultura pra DAR
  • DAR – Conteúdo próprio
  • Destaque 01
  • Destaque 02
  • Dica Do DAR
  • Direitos Humanos
  • Entrevistas
  • Eventos
  • Galerias de fotos
  • História
  • Internacional
  • Justiça
  • Marcha da Maconha
  • Medicina
  • Mídia/Notí­cias
  • Mí­dia
  • Podcast
  • Polí­tica
  • Redução de Danos
  • Saúde
  • Saúde Mental
  • Segurança
  • Sem tema
  • Sistema Carcerário
  • Traduções
  • Uncategorized
  • Vídeos