No último dia 18 completaram-se 40 anos da morte de um dos maiores Ãcones da contracultura, o guitarrista James Marshal Hendrix. Marcando a data, indicamos o download de Jimi Hendrix – A film about, documentário de1973 com aparições ao vivo de Hendrix e depoimentos de Eric Clapton, Lou Reed, Mick Jagger e outros. O Torrent pode ser encontrado aqui.
Indicamos também dois interessantes textos sobre vida e obra do artista. O primeiro é “Uma fender na mão e muita psicodelia na cabeça”, do site Na mira do groove, detalhado texto permeado por alguns vÃdeos. E abaixo colamos “Uma história da vida de Jimi Hendrix” (do site Do prórpio bolso), de Mário Pacheco, no qual ele conta por exemplo: “A imagem que ficou de Jimi como um super-drogado é mais um dos falsos mitos que nasceram nos anos inquietos da década de 60. A imprensa em geral queria fazer de Hendrix um espantalho para ‘tragédia das drogas’. Os decretadores oficiais de overdoses, pressionaram o médico que o autopsiou para contar uma história de dose excessiva de heroÃna. O médico não cedeu. ‘Hendrix não tinha marcas nos braços ou em qualquer outra parte do corpo. O remédio que o matou está à venda em qualquer farmácia'”.
Uma história da vida de Jimi Hendrix
(Mário Pacheco)
Além de atordoar as platéias, Hendrix parecia cada vez mais atordoado pelo mundo absurdo em que se locomovia. Excursionando pela Suécia, em janeiro de 1968, Hendrix brigou com os companheiros do Experience, particularmente Noel Redding, quebrando todo o quarto do Hotel Opelan, em Gotemburgo e o caso foi parar na polÃcia. No dia 4 de janeiro, noticiou-se que ele havia sido detido pela polÃcia por 12 horas, depois de “danificar seu quarto de hotelâ€. Fotografias mostravam Jimi de cabeça abaixada, escoltado por dois policiais. Seu passaporte foi apreendido e Jimi passou a noite na cadeia. Mencionou-se que ele estava bêbado. Quando acordou, Jimi se desculpou e para aliviar a barra, concordou em pagar os estragos ($475 libras). Os jornais diziam que ele “estava tocando bateria no quarto, e então quebrou as janelas, espelhos e cadeirasâ€. Durante a noite, hóspedes e funcionários do hotel ouviram gritos vindos do seu quarto. A polÃcia afirma que só prendeu Hendrix depois que três de seus colegas tentaram acalmá-lo.
Quando Chas Chandler foi vê-lo na cadeia, Jimi contou-lhe que não se lembrava de nada do que havia acontecido. Ele foi solto, mas teve de pagar uma multa: o total de seus ganhos na turnê sueca.
Outros incidentes se seguiram: um distúrbio feio durante sua apresentação em Cleveland, em nova turnê americana; o rompimento com Chas Chandler após desentendimentos durante a gravação do álbum duplo Eletric Ladyland; uma apresentação infeliz no Albert Hall de Londres, no começo de 1969; a ruptura do Jimi Hendrix Experience, que se despediu numa excursão americana em março de 1969.
E a detenção de Hendrix no aeroporto internacional de Toronto, Canadá em maio de 1969. Acusado de porte de drogas. Jimi alegou que o pacote de heroÃna fora na verdade plantado em sua mala pela própria polÃcia para permitir um flagrante. Os canadenses estariam querendo usá-lo como um exemplo para afugentar os hippies e desertores americanos que atravessavam a fronteira em número cada vez maior. Ele foi solto sob uma fiança de 10.000 dólares, ainda em tempo para o concerto no Maple Leaf Garden. O processo se estendeu até 15 de dezembro. Depois de oito horas e meia de reunião, o tribunal do júri declarou-o inocente da posse de haxixe e heroÃna.
“Foi o melhor presente de Natal que Toronto podia ter-me dadoâ€, declarou Hendrix.
Depois de sua apresentação em Woodstock, Hendrix se recolheu à sombra, o músico mais revolucionário de seu tempo, o reinventor da guitarra elétrica, mostrou a toda uma geração as novas possibilidades de seu instrumento, Hendrix foi o artista que mais brilhou em Woodstock. Na verdade sua carreira estava intimamente ligada aos festivais de rock: foi introduzido ao público americano em 1967, em Monterey, e sua última apresentação pública também seria num festival…
A 28 de janeiro de 1970, acontecia no Madison Square Garden, em Nova York, um dos maiores concertos já organizados em prol da paz no Vietnã, O Festival do Inverno para a Paz. Teve sete horas e meia de duração. O baterista, Mitch Mitchell e o baixista Noel Redding, estavam no backstage porque participariam do fim do show fazendo uma jam com a Band of Gypsies, grupo que sucedeu o Experience. Michael Jeffrey, empresário de Hendrix, deu-lhe um ácido, pensando que isso levantaria o astral de Jimi e faria com que o show saÃsse melhor. Mas o resultado foi o contrário e Jimi pirou em pleno palco, dizendo pra uma garota na platéia: “Você está menstruada? Eu posso ver através das suas bermudasâ€. O choque de ter dito isso fez com que Hendrix se tocasse. Depois o guitarrista ainda no palco acrescentou: “Nós não estamos legais†e abandonou o palco no meio da segunda música. Hendrix foi o mais ovacionado apesar do curto set. Outros que se apresentaram: Blood, Sweat & Tears, Harry Belafonte, The Rascals e Peter, Paul & Mary.
Na edição do Festival de Wight, em 30 de agosto, Jimi Hendrix voou de Nova York para Londres, para tomar parte. Jimi sentia que ele e Billy Cox não se entendiam e Buddy Miles o baterista, por sua performance não estar à altura do grupo, foi substituÃdo com o retorno de Mitch Mitchell, o baterista original do Experience. Sob o manto sagrado de um gigantesco pôster de pano com a cara de Jim Morrison, além de abrigar a derradeira e lendária apresentação sua em festivais, Jimi Hendrix, embora não estivesse no melhor de sua forma, proporcionou ao público um pouco da velha chama. “Estava morto de medo, pensei que ninguém mais se lembrava de mim. Me senti abandonado e solitário no palco, por uns instantes. De repente, eles começaram a gritar Purple Haze, Foxy Lady, uma porção de músicas que eu pensava esquecidas. Me senti em casaâ€. Sua performance foi alegre, mas serena.
“Na minha viagem pude inicialmente constatar a briga milenar do artista com o instrumento – da Grécia à Wight. Desde as primeiras notas notei, era uma guitarra nova, vermelha, que coincidia com a vestimenta de triângulos verdes e vermelhos que usava na ocasião. Senti que ele não estava satisfeito com o aparelho. Chamou alguém e sem parar de tocar, cochichou no ouvido. Certifiquei-me de que, como intuÃra mandou apanhar sua ‘Fender’ branca de 12 cordas. Trouxeram. Sem interromper o número, trocou, tocou o instrumento mais à vontadeâ€. Rogério Sganzerla.
O público aplaudiu com entusiasmo, mas sem delÃrio. A era louca do rock estava terminada, a ilha de Wight era um de seus capÃtulos finais. Jimi intuÃa isso, sonhava o futuro ao lado dos sons progressivos que chegavam.
No último ano e meio de vida Hendrix se achava insatisfeito. Sentia-se prisioneiro de sua imagem, de seus empresários e do próprio som que o havia lançado para a fama. A fórmula comercial fora tão bem sucedida que os empresários proibiam qualquer modificação.
Ed Chalpin, foi o primeiro agente de Jimi ainda nos Estados Unidos, e quando Hendrix morreu, Ed Chalpin havia lançado e relançado 14 discos onde Jimi Hendrix atuava como acompanhante de um obscuro cantor, Curtis Knight, e recebia 2% do dinheiro arrecadado pelos três primeiros discos do Experience (Are You Experienced?, Axis: Bold As Love e Eletric Ladyland) e todos os lucros de Band of Gypsies. Para que se tenha uma idéia das ações de Ed Chalpin, basta citar que, em 1969, o empresário Michael Jeffrey fez com Hendrix assinasse um papel isentando-o e indenizando-o por todos os futuros processos que o guitarrista pudesse sofrer na Grã-Bretanha. Em outro contrato de edição assinado em 1966, Jimi ganharia um dólar por cada obra musical sua editada. E um mês após o lançamento do disco, Are You Experienced?, a estréia do Experience, o contrato estava em pleno vigor. Contratos leoninos que Jimi jamais tivera o cuidado de ler e agora, virtualmente, roubavam seu dinheiro.
Para completar, a Yameta Trust Co., firma que se acreditava ter sido criada por Jeffrey, (morto em 1973), para controlar todos os direitos em discos de Jimi, era fachada de algo muito maior e nunca se soube o que havia por trás de tudo, tendo sido especulado até uma conexão com a máfia.
Em Londres, hospedou-se numa luxuosa suÃte no Cumberland Hotel, mas passava a maior parte do tempo no apartamento de sua namorada. Na tarde do dia 15 de setembro, Jimi deveria ir a uma reunião importante na sede da gravadora Polydor; em questão, antigos contratos que ainda o prendiam a Curtis Knight, um acordo mal negociado com a Track que lhe dava uma percentagem baixÃssima de royalties e os detalhes do lançamento de “First Rays of the New Rising Sun”, que Jimi tinha adiado pela terceira vez. Jimi não compareceu.
Na noite de 16 de setembro, saiu como Monika e Devon – que estava na cidade enquanto Jagger e os Stones tocavam na Alemanha -–e foi ver Eric Burdon, ex-vocalista dos Animals, com sua nova banda, War. No final do show no Ronnie Scott´s Jazz Club, não resistiu; subiu ao palco e tocou o blues Mother Earth, um clássico de Memphis Slim:
Não importa quão grande você seja / Não importa o quanto você valha / No fim você volta para a Mãe Terra
Depois, foram todos para a casa de um amigo, encontrar-se com Alan Douglas. Jimi não queria mais trabalhar como Mike Jeffrey e estava descontente, também, com as pressões da gravadora. Alan seria seu novo representante. Jimi assinara um contrato particular com ele, faltavam agora os detalhes finais e o desligamento do escritório de Jeffrey. Ficou acertado que Alan iria no dia seguinte para Nova York tratar disso. Monika voltou para casa. Jimi dormiu com Devon e uma amiga, Stella.
Sentia-se quase feliz, aliviado. E ansioso também. Prometeu a si mesmo não participar tão cedo de reunião alguma de negócios.Durante todo o dia 17, Jimi e Monika conversaram. Ou melhor, Jimi tagarelou sem parar com Monika, no apartamento dela, em Notting Hill Gate. Parecia ansioso, como quem quer contar muitos planos e segredos mas não tem tempo suficiente. Desenhou nove números nove e explicou que aquele era o Grande Eixo do Universo: sete planetas e dois astros luminosos, lua e sol; nove consciências, do nove para o Universo. Desenhou também uma cruz sobre o planeta Terra e em cada braço da cruz, dois rostos representando o bem e o mal nas quatro raças, branca, negra, amarela e vermelha. Disse a Monika que jamais esquecesse tudo aquilo, mesmo que não entendesse imediatamente o que queria dizer, e que passasse a limpo seus desenhos em quadros bem acabados. Monika era artista gráfica.
À noite, Jimi foi com Devon a rainha das primeiras groupies americanas que com fidelidade de dia e noite atrás dele, supervisionava as sessões de estúdio, cuidando para que nunca faltasse haxixe e pó do bom, ácido do melhor e sua amiga, Stella, a um jantar oferecido por um ricaço. Jimi experimentou um pouco de ácido sunshine, purÃssimo, e continuou a falar a noite inteira.
Confessou à Devon, que estava cansando de ácido, cores excessivas, sons excessivos.
Nas primeiras horas daquela sexta-feira dia 18, Jimi Hendrix retornou para o apartamento de Monika Dannemann. Haveria um julgamento de tarde, uma da muitas pendengas legais que assombravam Jimi desde 1968. Ele não queria ir. Queria dormir. – Quanto?, perguntou Monika. O dia todo, e o outro dia também. Dormir e ir embora domingo para Nova York, onde sua Eletric Lady o esperava . Lá come um sanduÃche de atum que ela lhe prepara, bebe vinho branco, escreve um poema, e toma um remédio alemão para dormir, Vesparax, numa dose normal de meia drágea. Monika entrou e o viu remexendo no vidro de pÃlulas para dormir. “Estou só contando quantas temâ€, ele disse. Não conseguia dormir sem elas. Aliás, mesmo com elas, era difÃcil, e tomou umas quatro extrafortes. Monika dormiu. A luz branca do dia varre o quarto devagar. Os ruÃdos da manhã. Mais cinco pÃlulas. Esperar o sono, ao lado de Monika. A luz clara do sol. Monika saiu deixando Jimi dormindo para ir comprar cigarros. Ao voltar meia hora depois, encontra uma “estranha atmosfera de calma†que reinava no quarto, onde a luz estava acesa, apesar de ser dez e meia da manhã. “Tudo estava tão… imóvel. De dia, a luz da lâmpada dava a tudo uma cor irreal. Achei estranho como isso não tinha incomodado Jimi. Ele não vinha dormindo bemâ€. Monika achou-o muito mal, imóvel na cama, de bruços, exatamente na posição em que adormecera, há quatro horas atrás. “Quando eu saà para comprar cigarros quis acordá-lo pra avisar, mas ele dormia profundamente, respirava bem e tinha uma temperatura normal. Mas quando eu voltei e fui apagar a lâmpada de cabeceira, notei que seu rosto estava arroxeado, os lábios abertos. E havia vômito no nariz e na bocaâ€. Apavorada tentou acordá-lo, não conseguiu. Percebeu que ele tomara remédios para dormir. Sem saber como agir na Inglaterra (Monika era alemã), ela chama uma amiga. Alvenia Bridges, que gritou para ela: “Peça uma ambulância!â€. Mas não pediu ligou para Eric Burdon: “Eric, o que eu faço?!â€. Eric, aos urros, repetiu a ordem de Alvenia, Eric lhe deu o telefone do hospital mais próximo. O St. Mary´s Abbot Hospital em Kensington. A ambulância chegou quinze minutos depois. “Pegaram em Jimi de qualquer jeito e o puseram sentado, atrás. Pensei se não seria melhor deitá-lo, ou qualquer coisa, para que pudesse respirar. Mas eles me disseram que tudo estava OKâ€. Apesar de ter vomitado e se afogado durante a viagem para o hospital, os enfermeiros da ambulância não fizeram qualquer tentativa de usar equipamentos de ressuscitação. Às 11h:45m, a ambulância chegou ao hospital. Os médicos tentaram ressuscitação artificial por uma hora. Em vão.
Quando Monika e Alvenia foram chamadas enfim à sala de emergência, Jimi Hendrix estava morto, através de asfixia motivada por inalação de vômito. Causa da morte: intoxicação por ingestão excessiva de barbitúricos. Era o dia 18 de setembro de 1970, uma sexta-feira. Jimi morria em Londres aos 27 anos incompletos. O patologista Gavin Thurston do hospital em que Jimi Hendrix morreu encontrou também no cadáver traços de Seconal, anfetaminas e barbitúricos. Não foram achados sinais de morfina, o que descarta a intoxicação por heroÃna, os dois pulmões estavam congestionados, e um deles havia entrado em colapso parcial.
Monika Dannemann, ilustradora e instrutora de esqui, a namorada alemã que Hendrix conhecera em Düsseldorf e que presenciou que Jimi Hendix ainda estava vivo quando a ambulância chegou ao apartamento, lançou o livro The inner World of Jimi Hendrix, contando a verdadeira história da morte de Hendrix, que, segundo ela, não usava e era contra drogas, não curtia o lance de atear fogo à s guitarras, e não morreu de overdose. Tudo não passou de conspiração da polÃcia ideológica. “Os médicos disseram que ele estava bem e o puseram sentado na ambulância. Não deviam ter feito isso. Jimi não conseguia respirar, com a cabeça baixa. Morreu sufocado no próprio vômitoâ€.
Um mês antes de morrer, Jimi Hendrix confessou em sua última entrevista: “Sabe, a onda das drogas chegou ao fim. Estava botando grilos na cuca das pessoas, dando a elas coisas que não podiam controlar. Bem, a música pode fazer isso – dar uma abertura – e você não precisa de droga nenhumaâ€.
Hendrix se voltava para a nova mentalidade ecológica e propunha a “curtição natural†(natural highs) através da música: “Posso explicar tudo melhor através da música, hipnotizar as pessoas, e elas voltam ao seu estado natural que é puro e positivo – como na infância, quando se vive a curtição natural das coisasâ€. O cantor e tecladista de blues inglês, John Mayall – que dedicou a Hendrix uma canção Accidental Suicide, condenou os exageros do acid-rock, associados, segundo ele, “à falta de disciplina, a um volume enorme de som, bloqueador, e, naturalmente, a públicos orientados pela droga. Nunca entrei nessa. O cenário do LSD repousa sobre um terreno movediço porque atrai pessoas instáveis e esquizofrênicas. Quando escolhi um volume baixo para minha música, fiz disso uma tese. Os músicos que vinham trabalhar comigo depois de anos nas máquinas-de-barulho quase sempre diziam: ‘Que alÃvio poder ouvir de novo o que você está fazendo’â€.
Em 21 de setembro, o cantor Eric Burdon apareceu diante das câmeras da BBC com o poema, A História da Vida, nas mãos, apresentando-o como uma nota de suicÃdio. O laudo policial considerou que as provas eram insuficientes para determinar que Hendrix teria cometido suicÃdio, deixando o veredicto “em abertoâ€.
Foi nesse ponto que entrou a questão das drogas. A imagem que ficou de Jimi como um super-drogado é mais um dos falsos mitos que nasceram nos anos inquietos da década de 60. A imprensa em geral queria fazer de Hendrix um espantalho para “tragédia das drogasâ€. Os decretadores oficiais de overdoses, pressionaram o médico que o autopsiou para contar uma história de dose excessiva de heroÃna. O médico não cedeu. “Hendrix não tinha marcas nos braços ou em qualquer outra parte do corpo. O remédio que o matou está à venda em qualquer farmáciaâ€.
Pessoas que o conheceram de perto dizem que Jimi Hendrix nunca usou drogas pesadas, injetadas na veia. Admitia recorrer com freqüência ao LSD, para “abrir a experiência†durante as gravações de “Axis: Bold As Love”, o segundo disco. Jimi tomava ácido todo dia, sem que Chas soubesse – sempre presente de Cathy, a namorada ou dos fãs/amigos/tietes que estavam eternamente em sua companhia e, – preso à engrenagem implacável do showbiz o Star System de Hollywood era brincadeira de criança comparado ao Superstar System do rock – apelava para uma quantidade de excitantes e tranquilizantes que, misturados com a bebida, formavam uma combinação explosiva.
Em 1970, Hendrix se encontrou várias vezes com Eva Sundquist, filha de um cantor de ópera de Estocolmo. Meses depois, ela anunciou a Hendrix que ia ter um bebê. Ninguém sabe se Jimi aceitou bem a notÃcia – ele morreu sem conhecer o filho – mas o Tribunal de Recursos de Estocolmo reconheceu os direitos legÃtimos do menino ao nome e à fortuna de Hendrix. Seis anos depois da morte de Hendrix, a corte sueca deu a Eva ganho de causa pelo exame de sangue e a parecença. Então ela viajou para os Estados Unidos, com seu advogado, para discutir a posse de milhões de dólares para o garoto. Que também se chama Jimi, um garotinho sorridente, de cabelos um tanto encaracolados demais para um sueco, além do nariz sentado, herdou uma pequena fortuna: 200 mil dólares só em direitos autorais.
Monika Danemann se matou em 1996 e sua morte também foi envolvida em mistério, pois Eric Burdon, Mitch Mitchell e a ex-namorada de Hendrix, Cathy Etchinghan, desconfiavam da história de Monika.
Vinte e três anos depois, a polÃcia inglesa chegou a uma conclusão – Hendrix morreu sufocado pelo seu próprio vômito.E mesmo agora seus dias finais continuam a perseguir a história de Hendrix, seu álbum “First Rays Of The New Rising Sun”, o último projeto tocado pessoalmente por Hendrix, foi finalmente editado. Vinte e cinco anos depois o legado de Hendrix voltou para casa. Sua famÃlia venceu o lÃtigio contra Alan Douglas e assinou um contrato com a MCA Records/Universal Music com reedição dos discos oficiais e material inédito suficiente para a próxima década.
Oh, a história de Jesus / É a minha história e a sua também / Não faz sentido sentir-se só / Eu quero me libertar / A história da vida é mais curta / que um piscar de olhos / a história do amor / é alô e adeus / e até que voltemos a nos encontrar
RelÃquias
A guitarra Fender, modelo Stratocaster, favorita de Jimi Hendrix usada em Woodstock, foi leiloada em 25 de abril de 1990, em Londres, pelas casas Sotheby’s e Christie’s. A mesma aparece na capa do álbum Rainbow Bridge. Ao ser leiloada a guitarra estava em ótimo estado de conservação, apesar de possuir uma rachadura acima do diapasão. Hendrix a havia dado de presente a seu baterista, Mitch Mitchell.
Em dezembro vários itens que pertenceram a Jimi Hendrix novamente foram leiloados. Roupas, desenhos e letras de músicas manuscritas, entre elas rascunhos de Purple Haze (12 mil dólares era o lance) e Axis Bold As Love (pouco menos de sete mil dólares).
Segundo o jornal americano USA Today, um autógrafo de Hendrix está valendo mil dólares.