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Fevereiro 04, 2011

Médicos ligados à indústria ditam regras de conduta

O jornal Folha de hoje trás uma matéria com mais uma denúncia em relação à promiscuidade dos vínculos da indústria farmacêutica com os médicos. Não é de se espantar o crescimento vertiginoso tanto dos diagnósticos das “doenças da modernidade contemporânea” (depressão e ansiedade)  quanto do consumo de remédios para crianças “desajustadas” (Ritalina), essas parcerias com médicos em sua maioria das vezes nada mais é do que uma maneira das indústrias farmacêuticas inventarem as doenças que são curadas com os remédios que elas mesmo inventam.

Num dos quadros da reportagem, que não está publicado nesse post, conta de uma iniciativa nos EUA para que os cidadãos possam ter melhor noção do que se passa. Se trata de um site onde as pessoas podem acessar dados a respeito de quem são os médicos em cada Estado que são patrocinados pelas indústrias, quanta verba receberam. Isso se mostra como uma medida razoável para que o cidadão não seja tão manipulado pelas informações “oficiais” de uma ciência à mercê dos interesses de uma indústria tão forte (uma das maiores do mundo). Não nos parece ser o suficiente, uma vez que a idéia de que a criação de remédios e da saúde das pessoas esteja vinculado à lógica do lucro nunca será um horizonte de uma proposta de mundo salvaguardado de mentiras e manipulações. Esperemos que movimentações nesse sentido ganhem vozes aqui no Brasil.

CLÁUDIA COLLUCCI, da Folha de São Paulo, 03/02/2011.

Médicos brasileiros responsáveis por elaborar diretrizes clínicas possuem conflitos de interesse com os laboratórios farmacêuticos.

Diretrizes são orientações que padronizam a conduta para determinada doença. Feitos por entidades profissionais, esses documentos definem, por exemplo, qual a taxa de colesterol ou o nível de pressão arterial aceitáveis e quais as classes de remédios que devem ser usadas no tratamento dos pacientes.

A Folha pesquisou 11 diretrizes de algumas doenças -hipertensão, obesidade, hepatites B e C, diabetes, artrite reumatoide, tromboembolismo venoso, disfunção erétil, artrose e climatério.

Dos 111 profissionais que fizeram o documento sobre hipertensão, 63 (56,7%) declararam que, nos últimos três anos, fizeram estudos, receberam ajuda, deram palestras ou escreveram textos científicos patrocinados por laboratórios. Dois deles têm também ações da indústria.

A situação se repete na diretriz sobre climatério e doenças cardiovasculares. Dos 33 médicos que a assinam, 16 (48,5%) são patrocinados pela indústria. Dois têm ações de laboratórios.

Na diretriz de disfunção erétil, todos os cinco médicos têm conflitos de interesse.

A questão é polêmica, embora não seja ilegal. Nos EUA, há um movimento médico crescente que considera inaceitável esse tipo de conflito. Apontam que, ao terem ligação com a indústria, os médicos podem favorecê-la prescrevendo mais remédios, minimizando os riscos das drogas ou distorcendo dados sobre a eficácia delas.

O CFM reconhece a situação “conflituosa”, mas diz que não há hoje nenhuma restrição que médicos ligados a indústria participem de consensos. “Não tínhamos pensado nisso, mas é preciso rever essa situação. É difícil adotar diretrizes com pessoas comprometidas com a indústria. Pode perder a credibilidade”, afirma Roberto D’Ávila, presidente do CFM.

O médico Wanderley Marques Bernardo, coordenador do “Projeto Diretrizes”, da AMB (Associação Médica Brasileira), afirma que a diretriz segue uma metodologia rígida e que é baseada em fortes evidências científicas.

Segundo ele, há um grupo isento que faz uma revisão final. “Se houver ainda algum problema ou interesse, seja ele deliberado ou não, a gente corrige”, diz ele.

O cardiologista Jadelson de Andrade, coordenador das diretrizes da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), argumenta que médicos de ponta geralmente são chamados pela indústria para participar de estudos e dar consultorias ou palestras.

Para ele, o ideal seria que o governo destinasse uma verba para a produção de diretrizes clínicas formuladas por pessoas isentas de conflitos.

Para Inez Gadelha, coordenadora do departamento de atenção especializada do Ministério da Saúde, “o ideal não existe”. “É muito difícil não ter conflito. Uma coisa eventual, um jantar, uma viagem, não compromete. A questão é o grande conflito.”

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