Coletivo DAR
James Clapper, Diretor Nacional da “Inteligência” (DNI) estadunidense, declarou que o governo de seu paÃs elevou ao máximo nÃvel de prioridade a violência no México, ressaltando o risco de “contágio” em suas fronteiras. Para além da interessante inversão sobre quem contagia quem, interessante notar neste caso a contradição existente dentro do próprio governo dos EUA, uma vez que em visita ao México, há poucos dias, Hillary Clinton elogiou a polÃtica de drogas de Felipe Calderón. Para Clapper, a capacidade militar e policial do México é “inadequada” para combater a violência supostamente gerada pelo narcotráfico.
Clapper sustentou tais declarações durante a apresentação ao Congresso dos EUA de um estudo feito sobre o tema pela agência de inteligência. Segundo o jornal El Universal, o estudo aponta que o governo estadunidense não vê interesses polÃticos nos carteis mexicanos, descartando assim qualificá-los como “narcoterroristas”, uma vez que não vistariam a tomada do Estado, ou sua destruição.
Tal posicionamento contrasta totalmente com as declarações do subsecretário do Exército Joseph Westhpal, que afirmou no dia 7 que os cartéis mexicanos seriam uma forma de insurgência e potencialmente poderiam tomar o controle do governo. Na quarta-feira a secretária de Segurança Interna dos EUA, Janet Napolitano, também deu sua contribuição para a falta de coerência afirmando que seu paÃs suspeita há tempos de uma potencial aliança entre a Al Qaeda e o cartel mexicano Los Zetas.
Perguntado por uma congressista democrata sobre a posição do governo e da CIA sobre a possibilidade de se proibir a venda de armas no México – proposta que ganha peso no debate polÃtico mexicano para conter a violência – Clapper foi evasivo, não demonstrando posição nenhuma.