A guerra tem um custo, não apenas em termos de vidas, mas também na saúde da economia de um paÃs. O México, lutando uma guerra violenta contra os cartéis de drogas, parece pouco afetado pelo conflito, mas fazer negócio no paÃs não é fácil para ninguém em tempos de aumento da criminalidade.
A economia mexicana cresce consistentemente, 5,5% no ano passado, e as expectativas otimistas seguem este ano com uma recuperação em relação a recessão americana do ano passado.
O ministro das Finanças mexicano, Ernesto Cordero, disse à BBC que não “há evidências” de que investidores estivessem sendo desestimulados pelo conflito gerado pela presença do crime organizado que usa o México como rota para a droga que chega aos EUA.
Ele chega a sugerir que o turismo, uma das principais formas do México acumular moedas estrangeiras, sofreu pouco com a onda de violência no paÃs.
“Temos taxas altas de ocupação (dos quartos de hotel), portanto não parece que estamos sendo muito afetados”, disse Cordero, completando, entretanto, que alguns locais mais violentos deixaram de ser procurados por turistas.
REPUTAÇÃO MANCHADA
Esse foi o caso de Acapulco. O balneário na costa do PacÃfico, um das principais destinos turÃsticos no paÃs, tanto para visitantes internos como estrangeiros, se tornou um dos mais importantes campos de batalha na guerra contra o crime organizado.
Cerca de 700 pessoas morreram em incidentes relacionados com drogas desde 2006 na cidade e tiroteios entre cartéis e as forças de segurança são comuns.
Turistas estrangeiros não são alvo e o bairro turÃstico tem sido poupado da violência, mas manchetes como “Acapulco imersa em violência”, que circularam no mundo todo, mancharam a reputação da cidade.
Sentado em uma cadeira em frente à piscina do Hotel Copacabana, o chefe de pessoal José Luis Espejel admite que o turismo vem caindo.
Ele fala dos estudantes universitários americanos que costumavam passar suas férias, de fevereiro até abril, ao sul da fronteira, atrás de temperaturas mais altas e festas.
Mas após o aviso do governo americano desaconselhando os cidadãos do paÃs a viajar ao México, Acapulco sumiu do radar nesta temporada.
Espejel disse que no ano passado, cerca de 2,6 mil estudantes lotaram seu hotel, mas apenas 60 estiveram lá este ano.
Números oficiais indicam que o turismo caiu até 93% na época das férias de primavera nos EUA, comparado com 2010.
E isto teve um grande impacto sobre as finanças da cidade. “Não há trabalho”, diz ele.
“Baixa ocupação, não há receita e obviamente, lucros. E não são apenas os hotéis, todos são afetados, restaurantes, bares e gente vendendo coisas nas praias”, afirma.
BONS NÚMEROS
Mas, de acordo com dados do governo, cerca de 22 milhões de turistas visitaram o México em 2010, um aumento de 4,4% em relação a 2009.
CrÃticos dizem que o aumento não é motivo de comemoração, já que o número de turistas havia declinado bastante em 2009, quando o México se tornou o primeiro