COLETIVO DAR
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) proibiu a Marcha da Maconha no dia 21. A PolÃcia Militar reprimiu com brutalidade. Da resistência contra as agressões, o grito de “chega†se espalhou e encontrou eco em dezenas de outros coletivos, movimentos, grupos, partidos e indivÃduos que também não aguentam mais tanta repressão, babaquice, caretice, desrespeito a nossos direitos.
Nasce daà a Marcha da Liberdade, marcada para este dia 28 e encampada por um sempre crescente número de apoios, de todo Brasil. Libertar o direito de pensar, de se manifestar. Ocupar as ruas, pois elas são nossas. Difundir os sonhos, sim, se pode.
Ironia das ironias, tentaram proibir a Liberdade. Mas tem horas que o ataque fortalece. A indignação só fez crescer o movimento, consciente da justeza de suas motivações. Não mais violência policial, não mais violação da Constituição. Quando a Justiça tenta promover a injustiça e a censura, cabe ao povo passar por cima dela.
Organizados, pacÃficos, articulados, alegres – passamos por cima. Da Justiça, do conservadorismo, do medo que eles sentem de nós por não termos medo de suas canetas e botas. Atores, músicos, grafiteiros, deputados, feministas, sem-terra, sem-teto, sem-medo, ciclistas, homossexuais, negros, comunistas, religiosos, palhaços, ateus, maconheiros, desempregados, atletas, jornalistas, escritores, antiproibicionistas, ambientalistas, estudantes, aposentados, democratas, professores, trabalhadores, fudidos.
Lutadores.
Juntos, numa palavra em que cabem muitas causas: liberdade.
A partir da triste constatação de que ela está ameaçada, saÃmos em sua defesa. Nas ruas, que é onde se discute polÃtica. Contra a tradição da contradição. Afasta de mim esse cálice, desembargador. “Ei, polÃcia, liberdade é uma delÃciaâ€.
E da tensão, da luta, nasceu a festa. ManiFESTAção. A rua é nossa, caralho. “Quem não pula é polÃcia’! E não é que eles até riram? A ordem de bater vinha da toga, mas vinha desmoralizada. Ninguém está mais a fim de cumpri-la, vamos enterrar 1964 de uma vez.
Começamos ontem. E não vamos mais parar. Abre as asas sobre nós, Senhora Liberdade.
Aula prática de democracia, senhores juÃzes: onde há repressão, há resistência. Da repressão, já tivemos o bastante. E a gravidez da resistência já está na sua fase final.
Dia 18 será em todo o paÃs. Contra a violência policial, pela liberdade de expressão, de manifestação, de contestação. Grito que se grita junto muda realidade.
Estamos vencendo, e é só o começo. A liberdade se conquista – em Marcha.
Amanha vai ser maior. Quem fecha com a gente?