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Setembro 17, 2011

Djavan sobre maconha: “É muito bom. Fumo eventualmente”

Cantor, que lança DVD “Ária ao Vivo”, fala ao iG também sobre outras drogas e nega que esteja com Parkinson.

Valmir Moratelli, iG Rio de Janeiro | 15/09/2011



Foto: Isabela Kassow

Djavan está lançando CD e DVD ao vivo “Ária”

Os grandes figurões da MPB, acostumados a falar com a imprensa há décadas, em geral tentam restringir suas declarações aos produtos que estão lançando. Não é o caso de Djavan, que coloca no mercado neste mês o CD e DVD ao vivo do elogiado álbum “Ária”, com o qual rodou o País durante um ano.

Em conversa com o iG, em um restaurante ao lado do Pão de Açúcar, cartão postal do Rio, o cantor e compositor não fugiu dos assuntos propostos pela reportagem e expôs seu modo de pensar sem o patrulhamento politicamente correto que, muitas vezes, esconde o verdadeiro olhar do artista. Sobre o uso da maconha, declarou: “É muito bom. Fumo eventualmente, não tenho o hábito de comprar e fumar sempre”, soltando uma gargalhada em seguida.

Aos 62 anos, Djavan também negou boatos, surgidos nas redes sociais, de que esteja com Mal de Parkinson. Esticou as mãos para o repórter: “Treme alguma coisa aqui?”.

 

Foto: Isabela Kassow

Sobre o Parkinson, ele estica os braços: “Treme alguma coisa aqui?”

iG: Lançar um DVD após um CD bem-sucedido se tornou praticamente obrigatório, não?
DJAVAN
: Não acho que seja, sinceramente. A não ser que seja algo legal para se registrar. O DVD, hoje, com o advento do celular com câmeras, perdeu um pouco sua função. Faça um show agora e em instantes já está na internet, mesmo que a qualidade seja qualquer nota. O DVD se tornou um documento histórico, porque comercialmente não é mais tão atrativo, assim como o próprio CD.

 

iG: Por que gravou o show em Belo Horizonte?
DJAVAN
: O Palácio das Artes, na capital mineira, tem uma acústica favorável, além de o povo ser musical. Era para ser em um local pouco usual. É difícil achar um lugar assim no Rio ou em São Paulo. O Rio perdeu muito com o fim do Canecão.

iG: Vai fazer shows para divulgar o DVD?
DJAVAN:
Não, agora vou começar a produzir o disco da Martn’alia e, em novembro, entro em estúdio para começar a fazer meu CD de inéditas. Desde 2007 não compunha.

iG: Como é esta fase de criações?
DJAVAN:
Gostaria de ter um texto bacana para falar sobre isso. Todo mundo espera que se tenha um ritual. Mas inspiração é sofrimento, muito trabalho. Só componho quando preciso. Sento e faço doze canções. Com trinta anos de carreira, tenho muito mais autocrítica e preciso ter a ilusão de que não estou me repetindo.

iG: Isso quer dizer que é inevitável não se repetir?
DJAVAN:
Não sei se é inevitável, mas é difícil. Consigo alimentar esta ilusão de que não me repito dentro de mim (risos). A pressão é um instrumento maravilhoso para tudo. A composição é isso, procurar o que você não perdeu, tirar leite da pedra. É preciso que você tenha um clima, uma introspecção, sem telefone, envolvido só com aquilo, tendo que cumprir um prazo.

 

Foto: Isabela Kassow Ampliar

Ele dá alguns acordes no violão enquanto é fotografado para o iG

iG: Bebe para se inspirar?
DJAVAN:
Não bebo para compor nem para nada. Tomo no máximo um vinho no jantar.

iG: Aliás, você já foi pego na fiscalização da Lei Seca…
DJAVAN:
Perdi a carteira duas vezes por ter tomado apenas uma taça de vinho. Não fiz o teste do bafômetro porque a capitã, em uma das ocasiões, me alertou: “Não faz! Se bebeu uma taça, não sabe como é seu organismo. Pode acusar álcool e você vai se dar mal”. Me colocou um medo enorme e não fiz. Perdi a carteira. O carro foi apreendido porque estava sem vistoria do Detran.

iG: Você é contra este rigor na fiscalização?
DJAVAN:
Não sou contra. Mas, por exemplo, adoro vinho. Com a Lei Seca, agora saio para jantar e só bebo água. É chato. Por outro lado, você paga por estas pessoas que enchem a cara e saem com carro. Gostaria que não colocassem todos no mesmo saco. Mas este evento tem que existir, é preciso inibir nego que dirige embriagado.

iG: O fato de ser famoso o ajuda, em certos momentos, a sair de enrascadas como esta?
DJAVAN
: Ao contrário. Isso é pior, porque querem pegar famoso para servir de exemplo. Houve uma época que guarda me parava no trânsito para pedir autógrafo. Situação assim já não existe mais. Não quero privilégios. Nascer com voz já é um privilégio. Não entrar em fila? Detesto que cedam a vez para mim. Acontece muito isso. As pessoas querem ser gentis. Mas não precisa tanto.

iG: Há boatos nas redes sociais de que você teria Mal de Parkinson. Você está doente?
DJAVAN
: Com o quê? Parkinson (ele estica os braços para frente)? Treme alguma coisa aqui?

iG: Você não está tremendo. Mas já sabia desse rumor?
DJAVAN:
Ouvi sim. Também ouvi que a música “Flor de Lis” era dedicada a uma esposa que eu tive e morreu no parto. Olha que imaginação trágica que as pessoas têm! Tem nego que vive disso, de plantar coisas na internet, inventar o que quiser. Se é verdade ou não, é o menos importante. Há boatos de todo tipo. Há solicitações até de casamento. Ajuda financeira, mãe com câncer, casa que caiu… As pessoas apelam para o que pode. É do ser humano!

iG: Como está de saúde?
DJAVAN:
Minha saúde está ótima. Este tipo de comentário não me assusta. Minha vida é melhor hoje. Perdi a ansiedade comum aos jovens. Vislumbro melhor as soluções que devo tomar. Tenho três filhos do primeiro casamento e dois do segundo: Sofia, de 9, Inácio, de 4. Faço coisas que antes não conseguia. Vou a festinhas de colégio, que é um saco, reunião de pais. Faz parte do papel de pai.

 

Foto: Isabela Kassow

Sobre maconha: “É muito bom, já fumei várias vezes. Fumo eventualmente”

iG: Este ano é marcado pelas passeatas favoráveis à maconha, incluindo um filme que reacendeu o debate. Você é a favor da legalização da maconha?
DJAVAN:
Não adianta buscar parâmetros na Holanda, em outros países. Cada nação tem sua realidade. Não basta mudar uma nova legislação, mas é questão de educação. Comprar maconha e fumar em qualquer lugar é questão de liberdade. Seria bom que acontecesse, mas é preciso que haja restruturação em toda a sociedade.

iG: Você fuma, gosta de maconha?
DJAVAN:
Total (dá uma gargalhada)! É muito bom. Nunca tive envolvimento com drogas, nunca cheirei cocaína. Mas, agora, a maconha sim, já fumei várias vezes. Fumo eventualmente. Mas não tenho o hábito de comprar e fumar sempre.

 

iG: O que pensa sobre a associação da maconha com a violência urbana?
DJAVAN:
A violência que decorre da maconha não é pelo consumo, mas pela venda. O poder que o tráfico tem vem da venda, é este poder que gera a violência. O consumo também tem que ter responsabilidades. A sociedade precisa estar respaldada com leis condizentes com a liberdade proposta por esta ideia de legalidade.

iG: Não estamos então preparados para a legalização nos moldes atuais?
DJAVAN:
Antes da legalização, tem que fortalecer a educação, tem que mudar as leis, para que a sociedade esteja preparada para isso. Não saberia te dizer se basta liberar, se isso resolve a violência.

iG: A seu ver, quando a droga deixou de ter a conotação poética dos anos 70 e passou a ser problema médico?
DJAVAN:
Quando a droga, no caso especifico da maconha, passou a representar um poder inominável, a coisa começou a mudar. Antes era mais romântica. Maconha sempre foi vendida e despertou algum lucro. Mas surgiram os cartéis, criaram uma indústria superequipada, afeita a produzir e lucrar cada vez mais. Hoje é uma estrutura industrial, como outra qualquer. Aí a coisa tomou o rumo da violência e confusão em todas as sociedades do mundo.

iG: Já experimentou outras drogas?
DJAVAN:
Não, nada. Só álcool. Como te falei, vinho é o que bebo. Nem cerveja, detesto. Não tomo refrigerante, uísque, nada.

iG: Você já deve ter ouvido falar que não aparenta ter 62 anos. Qual seria o segredo da longevidade não aparente?
DJAVAN:
Tem quem passe por uma flor linda e nem olhe… Eu me mantenho próximo da vida saudável, ligado à natureza. Convivo com água pura, bichos, o verde. Tenho uma casa em Araras (região serrana do Rio). Não como carne vermelha há treze anos. Evito frango, não bebo café…. Só como orgânicos. Tenho um orquidário com mais de 60 espécies, um jardim com trinta mil metros quadrados só com flores. Desperdiço o mínimo de água possível, não desmato. Isso tudo é um prazer.

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