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Dezembro 19, 2011

A suposta atuação do PCC fora do Brasil

Facção criou rede de tráfico no exterior

Criminosos do PCC eliminaram atravessadores e trazem do Paraguai e da Bolívia drogas para o mercado nacional

Segundo investigações, facção também se associou a traficantes internacionais para vender para a Europa

Divulgação/Senad Paraguai
Armas de traficantes brasileiros apreendidas no Paraguai
Armas de traficantes brasileiros apreendidas no Paraguai

MARCO ANTÔNIO MARTINS
ENVIADO ESPECIAL A PEDRO JUAN CABALLERO (PARAGUAI)
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

A facção criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capital) assumiu a venda de drogas a partir do Paraguai e da Bolívia para o Brasil, apontam investigações da polícia brasileira e de autoridades sul-americanas.

Elas descobriram que, a partir desses países, o grupo abastece de maconha e cocaína o mercado nacional.

A quadrilha é investigada ainda por se associar a traficantes internacionais e vender cocaína a Portugal, Alemanha e Itália, usando portos na Argentina, Uruguai e Chile para exportar a droga.

O PCC também estaria envolvido na venda de drogas produzidas na Colômbia e no Peru, a partir da Bolívia.

O crescimento da facção criminosa rumo ao exterior começou em 2008. Naquele ano, a organização percebeu a oportunidade de assumir o negócio com os produtores de maconha, no Paraguai, e de cocaína, na Bolívia.

Até então, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, era um dos poucos criminosos que havia quebrado essa barreira.

Segundo processos analisados pela Folha e os depoimentos de policiais e promotores, o PCC é a primeira facção criminosa do país a acabar com atravessadores.

“Eles eliminaram intermediários e alcançaram um patamar de grandes traficantes. Hoje, o PCC é crime organizado e tem muito poder”, diz o adido policial no Paraguai, Antonio Celso dos Santos.

Segundo o senador paraguaio Robert Acevedo, em Pedro Juan Caballero, fronteira com o Brasil, o PCC se uniu a Peter Quevedo, em 2008, que dominava a venda de maconha. Em seguida, a facção o matou e assumiu o negócio.

EMPRESA

Controlar a venda de drogas “na fonte” significa acabar com o custo dos atravessadores. Por um quilo de cocaína, os criminosos pagam R$ 4.000 aos produtores. Com intermediários, o valor pode ultrapassar R$ 6.000.

“É uma empresa. Ela quer dominar todas as fases”, diz o delegado Ivo Roberto da Silva, da Polícia Federal.

No Brasil, segundo a Promotoria, o PCC tem pontos de vendas e coordenadores (“pilotos” ou “sintonias”) nos 27 Estados. Investigações apontam “sintonias” no Paraguai e Bolívia, que seguem ordens da cúpula da facção presa na penitenciária 2 de Presidente Venceslau (a 620 km de SP).

São sete os responsáveis pela facção. Entre eles, Marcos Herbas Camacho, o Marcola, e Júlio César de Moraes, o Julinho Carambola.

Um dos principais chefes do PCC na fronteira é o paraguaio Carlos Antônio Caballero, o Capilo. Ele cumpre pena no Presídio Regional, em Pedro Juan Caballero.

O local é o mesmo de onde seis integrantes do PCC foram resgatados por 15 homens. Entre eles, criminosos que tentaram matar o senador, em 2010.

Na Bolívia, o PCC chegou em 2008. Num relatório obtido pela polícia, o tesoureiro da facção, Wagner Raposo Olzon, descreve o objetivo ao chegar ali: conseguir uma tonelada de cocaína.

Processo na 3ª Vara Federal de Campo Grande (MS) mostra que José Severino da Silva, o Cabecinha, comprou uma fazenda no país, de onde mandava cocaína. O ganho era investido em MS.

A Justiça determinou o sequestro de bens e apreensão de mais de R$ 1 milhão em contas bancárias da facção.

‘ESTADO FORTE’

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reconhece a necessidade de ações integradas com países vizinhos para combater o tráfico.

Segundo ele, ações recentes no Paraguai e Peru resultaram em êxito. “O Estado brasileiro é muito mais forte que o crime organizado.”

 

Delegado-geral minimiza atuação do grupo

Segundo Marcos Carneiro Lima, chefe da Polícia Civil paulista, domínio dos presídios por facção é ‘lenda urbana’

Para especialista em segurança pública, apesar de forte, grupo é menos organizado do que se supõe

DE SÃO PAULO
DO ENVIADO ESPECIAL AO PARAGUAI

Delegados das polícias Civil e Federal de São Paulo ouvidos pela Folha minimizam o poder do PCC. Marcos Carneiro Lima, chefe da Polícia Civil paulista, diz ser “lenda urbana” a informação de que o PCC domina os presídios e o tráfico de drogas no Estado.

“Eles dominam? Não dominam. Se fosse assim o Marcola, [chefe da facção criminosa] estava desfilando na [rua] Oscar Freire.” Há, diz, uma glamorização da facção por criminosos que, muitas vezes, nem são pertencentes a ela.

Segundo ele, a ação do grupo está controlada. “Se fosse algo tão poderoso assim, não teria essa atuação do Estado. Estão todos presos e de forma muito rigorosa.”

Já o delegado federal Ivo Roberto Costa da Silva afirma que investigações apontam que, de fato, há traficantes brasileiros no controle da venda de drogas no Paraguai e na Bolívia.

Porém, ele diz que não há informações se pertencem ao PCC ou ao Comado Vermelho. O delegado afirma também não ter detectado essas facções controlando a entrada de droga nos Estados.

Ele explica que seja no Rio ou em São Paulo, nenhum traficante precisa pedir “autorização” para essas facções para, por exemplo, fazer o transporte e a venda de drogas.

Dos presos pela PF nos últimos três anos, afirma, parte se dizia ligada ao PCC, mas nenhum na chefia do tráfico.

Para o especialista em segurança pública Guaracy Mingardi, está errado quem classifica o PCC como uma organização extremamente poderosa, assim como quem também nega seu poder.

“Tem gente inflando ou dizendo ser tudo mentira.”

Ele diz que a facção é menos organizada do que se supõe, mas tem muito poder. “Na cadeia, é evidente. Dominam 70%. São fortes nas ruas -menos, porém, que nos presídios. Assim como são menos fortes fora do Estado e do país.”

“O delegado-geral está certo quando diz que se o poder deles fosse tão grande, estariam passeando pelas ruas.”

 

Grupo tentou matar senador paraguaio

DO ENVIADO AO PARAGUAI

O senador paraguaio Robert Acevedo, 46, do Partido Liberal, conhece bem o PCC. Há um ano e meio suas denúncias fizeram dele um inimigo da facção.

Na manhã de 26 de abril, seu carro foi metralhado por cerca de dez homens no centro de Pedro Juan Caballero, fronteira com Ponta Porã (MS). Levou dois tiros. Dois seguranças morreram.

“Com o Fernandinho Beira-Mar, o tráfico começou a crescer na fronteira. Depois que ele foi preso, outros brasileiros se aventuraram, mas o PCC mostra a cada dia mais força. São violentos e ousados.”

Dois paulistas foram presos, mas escaparam do presídio regional em maio, apesar de as autoridades paraguaias terem sido avisadas do plano com sete horas de antecedência pelas autoridades brasileiras.

Às 23h30, um grupo com 15 homens armados chegou ao presídio. Seis presos do PCC estavam em sua cela com prostitutas brasileiras.

O então diretor da unidade, Catalino Díaz, e quatro agentes foram presos. O inquérito, porém, culpou as prostitutas pela fuga.

Acevedo conversou com a Folha, em Pedro Juan Caballero. Chegou ao encontro num carro blindado. Ao seu lado, quatro policiais com fuzis e pistolas.

“Não posso ter rotina. A ‘narcopolítica’ tem seus candidatos que contam com o apoio desses criminosos e se aproveitam da pobreza desta gente”, diz.

“O Polegar [Alexander Mendes da Silva, do Comando Vermelho, preso em outubro] vivia aqui como milionário. Pagava tudo em dinheiro. Ele e a mulher frequentavam festas da alta sociedade”, revela.

Há três anos o PCC matou o traficante Peter Quevedo, a quem os brasileiros haviam se associado.

“Há notícias de que Quevedo foi morto após receber 40 fuzis M4. Ninguém sabe onde esses fuzis estão. Melhor não saber.”

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