A Prefeitura do Rio deve montar uma base inspirada no modelo da Unidade de PolÃcia Pacificadora (UPP) em uma das cracolândias da cidade para dar assistência social, socorro médico e encaminhar para tratamento os usuários da droga. O projeto, que está sendo chamado de ‘UPP do Crack’, pretende conter a expansão das áreas do consumo do entorpecente com postos de atendimento aos dependentes quÃmicos.
‘É similar à UPP porque a ação será permanente e em conjunto com as Secretarias de Segurança Pública e de Saúde. O usuário receberá o primeiro atendimento médico no local e poderá ser encaminhado para o tratamento’, explicou o secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo Bethlem. No Rio, crianças e adolescentes podem ser internados compulsoriamente.
Segundo o secretário, ao contrário de São Paulo, onde as cracolândias ocupam as ruas da cidade, no Rio os usuários ainda estão confinados em favelas ainda não ocupadas pela polÃcia. Para garantir a segurança da equipe, a Secretaria de Segurança Pública do Rio é que definirá em qual comunidade será instalada a primeira ‘UPP do Crack’. As favelas que podem receber o projeto são Jacarezinho, Manguinhos, Complexo da Maré ou Cajueiro, na zona norte, Morro do Santo Amaro, no Catete, zona sul, e Antares, na zona oeste.
A implantação do projeto terá verba do Plano de Enfrentamento ao Uso do Crack, do Ministério da Saúde. O Rio será o primeiro a receber o programa. A cidade deve ganhar ainda quatro novos abrigos, com recursos da Secretaria Nacional de Segurança Pública, para crianças e adolescentes dependentes da droga.
Realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), o recolhimento de usuários de crack é diário no Rio. Ontem, nos arredores do Morro do Cajueiro, em Madureira, na zona norte da cidade, foram localizados 49 dependentes adultos, alguns deles portando facas e canivetes. As ações contam com o apoio da PolÃcia Militar, mas as abordagens são feitas pelos assistentes sociais. Desde o inÃcio das operações de combate ao entorpecente na cidade, em março de 2011, a SMAS já realizou 3.332 recolhimento – 2.849 de adultos e 483 de crianças e adolescentes.
Após o recolhimento, os usuários são identificados pela polÃcia e vão para a Unidade Municipal de Reinserção Social, em Paciência, na zona oeste.
Os adolescentes podem ser internados, mesmo contra a vontade. A maioria dos adultos toma banho, se alimenta e volta para a cracolândia. A Prefeitura conta com 178 vagas em clÃnicas de tratamento de drogas para crianças e adolescentes e 60 leitos para adultos.