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Fevereiro 09, 2012

Centro Acadêmico faz nota contra proibição do álcool na Unifesp

NOTA PÚBLICA DO CENTRO ACADÊMICO PEREIRA BARRETTO DA ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA DA UNIFESP

São Paulo, 09 de fevereiro de 2012.

Proibicionismo: a ineficiência e o autoritarismo caminham lado a lado

Recentemente, a Reitoria da UNIFESP, por iniciativa de sua Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, proibiu qualquer tipo de consumo de bebidas alcoólicas em suas dependências e previu penas disciplinares para os transgressores da norma. A medida se baseou na legislação federal pertinente e foi motivada, segundo os proponentes, para coibir os excessos e a violência ocorridos nos períodos de recepção aos calouros.

Em primeiro lugar, é preciso ficar claro que o trote, sobretudo aquele marcado por violência física ou psicológica, não acontece devido ao consumo, ainda que exagerado, de bebidas alcoólicas. Pensar isso é, ao mesmo tempo, uma incoerência de uma administração centralizada por um grupo de médicos de elevado prestígio nacional e uma tentativa de fugir da real responsabilidade: em todos os momentos em que abusos foram cometidos na recepção aos calouros da UNIFESP houve uma completa omissão da administração no reconhecimento precoce e na prevenção dos problemas e ainda a colocação de inúmeras barreiras que impediram as entidades estudantis de organizarem um processo de integração efetivo dos estudantes recém-ingressados na Universidade.

Além disso, é muita ingenuidade achar que uma medida como essa se manifesta de maneira isolada e não possui relações superiores… É evidentemente uma tentativa de esvaziar os poucos espaços de convívio e confraternização dos estudantes, pois são esses mesmos espaços que propiciam a organização e a reivindicação do corpo discente. Isso faz bastante sentido num ano marcado por eleições para a Reitoria da Universidade e eleições municipais que, pelo menos na cidade de São Paulo, prevê-se grandes tensões políticas. Cabe, então, desagregar os estudantes, cada vez mais, e impedir qualquer mobilização. Em pouco tempo, estarão nos dizendo o que devemos pautar nas reuniões do Centro Acadêmico ou para quais competições devemos focar os treinamentos esportivos… Trata-se, claramente, de uma absoluta intervenção na gestão do espaço físico das entidades estudantis, que, apesar de estarem legalmente ligados à Universidade, são frutos de processos históricos de conquista dos estudantes!

Esse tipo de alienação de direitos duramente conquistados e interferência na autonomia/direito de escolha, entretanto, não acontece, como podem pensar alguns, só dentro da nossa Universidade. Uma evidência disso é a ação truculenta da Polícia Militar e da Prefeitura de São Paulo no trato com os usuários de drogas que habitavam a Cracolândia, no centro da cidade… Além de ser uma ação claramente higienista de preparação de cenários para a Copa do Mundo, ela carrega em si uma concepção crescente que vem direcionando as políticas de saúde mental sobre álcool e drogas em diversos cantos do país. No Rio de Janeiro, por exemplo, já é possível internar compulsoriamente sem-tetos usuários de droga. Crescem também as tentativas de criação de uma nova era de “manicômios” para a “interdição” de usuários de drogas!

Se depois disso tudo você ainda não entendeu qual relação desses fatos com a UNIFESP, saiba que um dos intelectuais da psiquiatria que direciona as políticas de saúde mental em São Paulo é professor desta Escola e grande pesquisador sobre álcool e drogas, no campo ligado à neurociência. Por coincidência e grande acaso do destino, esse mesmo professor foi um consultor importante para elaboração da normativa do Conselho Universitário que proibiu o consumo de bebidas alcoólicas na UNIFESP e defensor da medida no CONSU, além de importante dirigente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina – SPDM, entidade proprietária dos terrenos onde se localizam as entidades estudantis do campus São Paulo.

Pode mesmo parecer que “nada podemos fazer”, como alguns insistem em afirmar, no que se refere à Cracolândia, por exemplo; entretanto, é inaceitável que fiquemos sentados assistindo à retirada gradual e desmascarada de nossas conquistas dentro dessa Universidade. Afinal, quem decide como organizar o espaço dos estudantes? Os estudantes que nele estão todos os dias ou conselhos nos quais nosso direito de voz e voto são ínfimos, quando nos permitem falar, e mesmo desrespeitados?Não podemos permitir essa interferência, é chegada a hora de nos organizarmos, ou a história nos cobrará pelo silêncio!

CENTRO ACADÊMICO PEREIRA BARRETTO

Gestão “Apoenas” – 2011/2012

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