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Abril 25, 2012

Site Paulista 900: A polêmica Marcha da Maconha vem aí

Decisão tomada pelo governo federal movimenta grupos contra o evento

Por Carolina Serpejante, Helder Ferreira e Sarah Uska

Paulista 900

A Marcha da Maconha já tem data, local e aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para ser realizada em São Paulo. O evento está marcado para acontecer na Avenida Paulista, no dia 19 de maio, e já arrecadou R$6204,00 em um site de financiamento colaborativo para cobrir seus gastos. A marcha é parte de um movimento nacional que, além de reivindicar a legalização da maconha,  busca discutir a política de drogas no Brasil.

Segundo Júlio Delmanto, militante da Marcha e do coletivo antiproibicionista Desentorpecendo a Razão (DAR), a legalização da maconha e de outras drogas “com grande mercado, mas proibidas” seria importante em um primeiro momento para reduzir a superlotação carcerária no Brasil, onde, segundo ele, quase um quinto dos presos tem relação com a política de proibição das drogas.

Além disso, também acredita que a mudança seria benéfica para a sociedade na medida em que daria fim ao que, de acordo com ele, seria uma fonte de corrupção dos poderes públicos e de criminalização da pobreza. “Não é o consumo nem a produção de drogas que a lei atual visa conter. Ela é apenas um dos subterfúgios para o Estado reprimir, seletivamente, setores pobres da população e para policiais, juízes e políticos corruptos lucrarem com as propinas e subornos de sempre, levando organizações criminosas a terem seus lucros elevados ao extremo”, argumentou.

Outro benefício advindo da legalização seria uma mudança na política de drogas, que passaria a tratar do abuso de entorpecentes como uma questão de saúde pública e não criminal. “Respeito [aos direitos humanos] é o mínimo que se espera de uma política pública, mas estamos ainda muito longe disso. Seja por conta da ingerência estatal sobre a vida privada, seja por conta dos efeitos nefastos causados pela proibição que são muito piores do que os possíveis danos causados pelo consumo”, afirmou Delmanto.

O escritor ecumênico xamã Gideon dos Lakotas, que fundou e lidera o “Movimento Nacional Contra a Liberação da Maconha…Pela Vida” – um grupo de resistência à legalização que atua em todo o Brasil com palestras e auxílio a dependentes – pensa diferente.  Para ele, o Brasil não é eficiente em suas políticas públicas de esclarecimento e prevenção ao uso das drogas, portando a legalização seria um incentivo ao uso e comércio da maconha. “Estão querendo facilitar o uso da maconha de maneira irresponsável”, critica.

Outro ponto que Lakotas defende é de que a venda ilegal da maconha não irá, necessariamente, acabar com a legalização, uma vez que os traficantes poderão vender a droga por preços mais baixos, já que não pagarão impostos. “Isso sem falar que o traficante poderá usar as lojas ‘legais’ de maconha para lavar dinheiro das outras drogas”, completa.

De acordo com Thiago Fidalgo, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da UNIFESP, a maconha é um alucinógeno que pode causar vários efeitos físicos e psíquicos em nosso organismo. “Nem todo uso de maconha é nocivo, mas não existem níveis seguros de consumo”, sustenta.

O processo de dependência tanto para maconha como para qualquer outra droga, segundo Fidalgo, depende de três fatores: a droga que é consumida, o contexto no qual ela é consumida e a pessoa que a está consumindo.  “Para entender a questão do contexto, podemos usar o exemplo das culturas mediterrâneas, nas quais o álcool está amplamente disseminado na forma de vinho, e onde encontramos as menores taxas de alcoolismo”, explica Fidalgo, que completa dizendo que nos países anglo-saxões, cuja cultura é de restrição e proibição do álcool, os índices de alcoolismo são gravíssimos. “Esse aspecto ambiental e cultural do ‘contrário’ é importante para pensarmos a dependência”, diz. Por fim, ele completa dizendo que a pessoa que faz uso da droga apresenta vulnerabilidades psicológicas e genéticas, sintomas psiquiátricos ou outros aspectos biológicos, pode ser que ela seja mais vulnerável à dependência.

Fidalgo também afirma que não existem evidências concretas de que o consumo de maconha leva a outras drogas. “O que sabemos é que o consumo de uma droga ilícita favorece o consumo de outra droga ilícita. Seguindo essa lógica, consumir crack aumenta a chance de a pessoa consumir maconha, por exemplo”, diz. Ele completa dizendo que não estudos que apontem claramente a maconha como primeira droga na vida das pessoas ou que ela sirva como “porta de entrada” para as demais. “Sabemos, ainda, que as pessoas tendem a experimentar várias drogas, até encontrarem aquela de sua preferência. Nesse sentido, a maconha pode ser uma passagem, mas não uma porta.”

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