Do G1 RJ
A Marcha da Maconha, que acontecia na orla da Ipanema, na Zona Sul do Rio, terminou em confusão com policiais do Batalhão de Choque na noite deste sábado (5). Um carro usado para fazer patrulhamento foi apedrejado.
Segundo os policiais, os manifestantes tomaram a pista inteira da Avenida Vieira Souto, quando o combinado era seguir em apenas em meia pista. O grupo, entretanto, nega.
A polÃcia afirma que alguns teriam jogado latas de cerveja e pedras no carro. A equipe do Choque, então, revidou com gás de efeito moral. “Provavelmente foram elementos infiltrados no grupo, possivelmente nem eram envolvidos com a causaâ€, disse o tenente Lima Ramos, do Batalhão de Choque.
O jornalista Adriano Carlos, de 30 anos, que toca na banda Planta da Mente e participa da marcha há dois anos, disse que desde o inÃcio da passeata o grupo estava tendo com problemas com a PM. “Por causa do trânsito, porque eles mandavam chegar para canto para os carros passarem. O pessoal respeitou, mas quando chegou entre a VinÃcius de Moraes e a Joana Angélica eles começaram jogar gás”, contou Adriano, explicando que antes da ação da polÃcia ele viu uma lata de cerveja ser arremessada em direção aos PMS do Choque.
“A tropa de Choque veio em nossa direção, com armas apontadas. Nunca houve uma confusão assim desse nÃvel em marchas no Rio de Janeiro”, afirmou.
O estudante Pedro Pitta, de 18 anos, disse que foi agredido por policiais, que teriam usado ainda balas de borracha. “Eu estava cantando e do nada eles começaram a bater”, disse ele.
Segundo o tenente, cerca de 25 homens da equipe de controle de multidões foram acionados para reforçar a segurança no local, que também era feita por PMs do 23º (Lelbon).
“As pessoas estão saindo da praia e vem participar do movimento” disse o sociólogo Renato Cisto, um dos organizadores da marcha. Conforme Cisto, a PolÃcia Militar tentou proibir os manifestantes de ocuparem todas as faixas das avenidas Vieira Souto e Delfim Moreira, à beira-mar, e chegou a confiscar um carro de som, que acabou devolvido.
Segundo Cisto, o avento é anual e deve acontecer em 37 cidades do Brasil e em outros 40 paÃses. “Nós conseguimos no Supremo (Tribunal Federal) o poder de nos manifestar, mas vamos continuar exigindo a liberação da maconha”, disse.
De acordo com informações do site da organização da marcha, neste sábado acontecem passeatas em Presidente Prudente (SP), São José do Rio Preto (SP), União da Vitória (PR), e Vitória (ES).