Durante seu mandato, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não foi exatamente um partidário dos usuários de maconha. Claro, ele reconheceu ter fumado a erva quando era jovem, mas decepcionou os defensores da droga e se opôs à sua legalização, em condições semelhantes às da regulação e taxação do álcool.
E a repressão do Departamento de Justiça sob seu mandato a usuários de maconha medicinais, permitidos por 17 Estados e pelo Distrito de Colúmbia, deixou muitos outros contrários ao presidente.
Agora, com Obama tendo pela frente uma dura batalha contra o candidato republicano Mitt Romney no dia 6 de novembro, é irônico que suas chances de vencer em um estado-chave como o Colorado podem depender da legalização da maconha, defendida por um número cada vez maior de norte-americanos.
A questà o é se Obama conseguirá votos de eleitores jovens, que devem estar entre os mais entusiastas partidários de uma iniciativa de votação no Colorado, que pode legalizar a posse de uma porção de maconha para uso recreativo, dando ao estado a legislação mais liberal em relação ao assunto em toda a nação.
A iniciativa é reflexo da combinação peculiar do Colorado de liberalismo e conservadorismo anti-regulação, que ajudou a tornar o estado o berço do Partido Libertário.
É um estado onde as pessoas de diferentes correntes polÃticas veem as leis sobre a maconha como um exemplo de governo que mete menos o seu nariz onde não é chamado.
O Estado já permite o uso de maconha para uso medicinal, como forma de alÃvio para dor extrema, e algumas comunidades abraçaram a droga de forma entusiástica.
É incerto, contudo, como o Departamento de Justiça dos EUA, liderado por Obama ou Romney, vai responder se Colorado, Washington e outros estados legalizem a maconha para uso recreativo. Ambos os candidatos são contra legalização da droga.
Mas, em uma eleição presidencial disputada, na qual o Colorado pode ser crucial, e com pesquisas demonstrando que Obama tem até 30 pontos percentuais de vantagem sobre Romney entre os eleitores com até 30 anos de idade, a iniciativa do estado pode ser um importante fator se inspirar grandes números de eleitores a irem às urnas no dia 6 de novembro.
“Esse é um assunto que é realmente significativo para os jovens, pessoas de cor e comunidades privadas de direitos, grupos que tipicamente não comparecem muito à s urnas”, afirmou Brian Vicente, 35 anos, diretor executivo da Sensible Colorado, um grupo que luta por leis mais brandas em relação à maconha