Preocupada com a possÃvel queda do número de turistas com a proibição de venda de maconha a estrangeiros a partir de janeiro de 2013, a prefeitura de Amsterdã decidiu que fará “vista grossa” sobre os turistas nos chamados “coffee shops”, bares especializados na comercialização da droga e seus derivados.
“Foi decidido que as autoridades responsáveis pela aplicação da lei não colocarão nenhuma prioridade sobre isso”, disse o prefeito de Amsterdã, o trabalhista Eberhard van der Laan, em comunicado enviado ao governo federal na última semana.
O governo conservador nacional, que foi derrotado nas eleições de setembro, havia prometido que, a partir de 1º de janeiro de 2013, apenas cidadãos holandeses seriam autorizados a comprar droga nesses locais.
O argumento é que os “coffee shops” atraem a criminalidade e visitantes indesejados ao paÃs. Van der Laan, no entanto, pondera que a proibição poderá afetar não só a economia da capital, como incentivar o tráfico nas ruas e elevar a criminalidade.
“Nossa preocupação é que se aplicarmos a lei, os turistas vão comprar maconha e seus produtos na rua”, afirma o prefeito na carta.
Segundo o polÃtico, um em cada três dos quase 7 milhões de turistas que visitam Amsterdã por ano visita um “coffee shop”. Estima-se que haja mais de 200 estabelecimentos desse tipo na cidade.
Em entrevista ao jornal local “Volkskrant”, o prefeito lembrou que as polÃticas da nova coalizão estabelecem que a proibição só seja implantada com o aval da administração municipal.
O prefeito já prometeu publicamente ao ministro da Justiça, Ivo Opstelten, que a cidade reprimirá os estabelecimentos que não seguirem as regras, como locais que vendem a menores de idade. Também anunciou que vai proibir estudantes de fumarem maconha na escola –decisão inédita no paÃs.
A nova lei foi aprovada em dezembro de 2011 e entrou em vigor em maio deste ano nas provÃncias de Brabante, Limburgo e Zeelandia. Em 1976, o consumo da maconha foi descriminalizado na Holanda.
O empenho do prefeito contra a lei causou irritação em Haia, sede do governo nacional, onde é travada uma disputa que irá definir o futuro da polÃtica de drogas adotada no paÃs.