TRADUÇÃO COLETIVO DAR
Original: The Economist
A audácia do entorpecimento
 Um fundo financeiro busca oportunidades na erva
Feb 16th 2013
BRENDAN KENNEDY recebeu um diploma de engenheiro, começou uma firma de software e vendeu seus ativos à Boieng, estudou para o MBA da Yale e então entrou para um banco do Vale do SilÃcio para analisar propostas de abertura de negócios. Seu último empreendimento é um grande desvio do caminho tradicional. Mr Kennedy se tornou um investidor do mercado da maconha.
O contexto para aplicar na industria da cannabis tem dois pontos principais. O primeiro é sua escala. Muitas das novidades que Mr Kennedy avaliou durante seu trabalho no Vale do SilÃcio, de carros elétricos (Fisker e Tesla) à compras coletivas (Groupon), tinha potencial para grandes mercados. A maconha já é um negócio estabelecido. Depois de seis meses de pesqueisa e entrevistas com cultivadores, dispensários, publicações especializadas e organizações polÃticas, Mr Kennedy avalia o mercado estadunidense em US$50 bilhões.
O segundo ponto é que apesar de sua solidez, a cannabis industrial opera mais ou menos como uma coisa de quintal. O estatuto legal da droga é confuso: apesar da maconha medicinal ser legal em 18 estados e no distrito de Columbia, a cannabis é ilegal em todo o resto dos EUA. Também por motivos sociais a industria é impossibilitada de ser financiada pelos canais normais. As pessoas do ramo não contam com conhecimentos técnicos das mais diversas áreas, como marcas ou recursos humanos.
Documentação é escaça. Referências formais para qualidade, como testes para a presença de contaminantes como mofo, bolores e pesticidas, não existem. Tampouco há uma classificação adequada para as variedades da droga. Milheres de genéticas de cannabis podem ser cultivadas, muitas com nomes estranhos como Apollo 11, Sour Kush, Broke Diesel e a “corta-onda” Chernobyl.
As caracterÃsticas variam também. Algumas genéticas causam depressão; algumas causam estimulação; algumas cortam o enjôo, o grande motivo pela qual a maconha é usada por pacientes de cancer durante o tratamento quimoterápico. Os consumidores não podem comparar o que é legalmente produzido na Califórnia com aquilo que é legalmente produzido no Colorado – para não dizer nada do que é vendido legalmente no Washington Square Park em Nova York (onde um pequeno exército de vendedores tem todos a mesma frase: “Erva. É da boa”).
Primeiramente, Mr Kennedy queria criar um capital de risco focado em cannabis, mas questões como a segurança legal assim como o desejo de trabalhar mais com empresas portfoil, fizeram com que ele e alguns parceiros armassem um tipo diferente de negócio, chamado Privateer Holdings. Seu primeiro investimento é um website, Leafly, que oferece ao usuário resenhas a respeito de dispensários e variedades da cannabis. Um aplicativo foi criado para Android e IPhones e nele agora se fazem 50.000 downloadas por mês. O trabalho agora é em cima de novidades como adicionar informações sobre o nÃvel de THC de cada variedade (o principio ativo da cannabis).
Mr Kennedy diz que a Privateer recebeu mais de 200 ofertas de investidores desde Novembro: aquisições em potencial são um laboratório de testes e uma compania de roupas. O fundo está agora aumentando outros 7 milhõres de dólares de maneira privada, e uma oferta pública será possÃvel quando a Comissão de Segurança e Comércio terminar as novas regras para o “crowd-sourcing” e as pequenas aberturas de capital. Isso escreverá um novo capÃtulos na história da alta finança.