Governo do DF quer gastar R$ 20 milhões em kits antitumultos para a polícia

Correio Braziliense

Em decorrência das manifestações de junho, GDF gastará R$ 20 milhões em equipamentos destinados à PM e helicóptero para a Civil
Usando como principal justificativa a realização da Copa do Mundo de 2014, o Governo do Distrito Federal (GDF) pretende gastar quase R$ 20 milhões com a aquisição de equipamentos para as polícias Militar (PMDF) e Civil (PCDF). As licitações devem ser abertas ainda este ano. A compra de kits antitumultos para a PM, estimada em mais de R$ 11 milhões, está marcada para pregão eletrônico em 21 de novembro. Já a aquisição de um helicóptero para a PCDF, avaliado em R$ 7,9 milhões, será por meio de concorrência internacional a ser aberta em 17 de dezembro.

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Dentro do plano estratégico da PMDF para a Copa, os kits antitumultos estão relacionados diretamente às manifestações populares que varreram o país durante a Copa das Confederações, em junho deste ano (veja Memória). Na justificativa do edital, a polícia alega que, nos confrontos na capital federal, os manifestantes usaram materiais como pedaços de pau, estruturas metálicas, placas de metal, pedras, garrafas e rojões para ferir policiais, que não estavam devidamente protegidos. Segundo trecho do texto, os equipamentos de proteção atuais “não guardam reserva de segurança contra todos os tipos de objeto”, tornando-se necessário um reaparelhamento urgente.

“Nossos policiais são bem preparados, mas não estavam bem protegidos. Precisamos nos precaver, já que Brasília estará no centro das atenções no ano que vem, por ser capital do país e por sediar sete jogos da Copa do Mundo. Esse é um gasto preventivo totalmente justificável”, diz uma fonte no alto escalão da PMDF, que preferiu não ser identificada. Entre os materiais pedidos, estão coletes dorsais, proteções de membros superiores (braços, antebraços e cotovelos), proteções de virilhas e de membros inferiores (coxas, joelhos, pernas e peitos dos pés), além de capacetes, escudos com bastões e bolsas de transporte. No total, o edital prevê a compra de 32 mil itens, cujo preço médio foi definido após pesquisa com sete empresas de segurança. A expectativa da PM é de que todos os trâmites burocráticos tenham sido cumpridos a tempo de o material ser entregue antes da Copa, que acontece entre junho e julho.

Aeronave

Já a aquisição do helicóptero para a Polícia Civil faz parte do plano de reequipamento das unidades de segurança pública. Os recursos têm origem no Fundo de Modernização da PCDF. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a escolha pela concorrência internacional é para possibilitar a participação de empresas com mais tradição. A expectativa é de que a presença de um número maior de concorrentes possa levar à redução do preço inicial, que é estimado em quase R$ 8 milhões. A Polícia Civil salienta que o alto valor está relacionado à quantidade de equipamentos presentes na aeronave, que deve ter capacidade para transportar, no mínimo, seis pessoas.

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Nas justificativas do edital, o GDF cita a realização da Copa do Mundo e também a necessidade de aumentar as estruturas das forças de segurança e de reduzir os índices de criminalidade. É lembrado o crescimento populacional do DF e também o frequente deslocamento das duas aeronaves já utilizadas pela PCDF para ações no Entorno de Brasília.

Memória

20 de junho de 2013
Uma manifestação reuniu 35 mil pessoas no gramado da Esplanada dos Ministérios. Mascarados atearam fogo à fachada do Palácio Itamaraty, quebraram vidraças e picharam paredes. Os vândalos destruíram paradas de ônibus, radares eletrônicos, placas de trânsito, quebraram vidros de ministérios e chegaram a danificar um dos vitrais da Catedral. Os confrontos deixaram 127 feridos.

17 de junho de 2013
Dez mil brasilienses participaram de uma manifestação na Esplanada dos Ministérios. A mobilização, batizada de Marcha do Vinagre, foi organizada em uma rede social. Um multidão conseguiu driblar a Polícia Militar e subir no Congresso Nacional. Os manifestantes também tentaram entrar no prédio pela chapelaria. A polícia conteve os manifestantes com gás de pimenta.

15 de junho de 2013
A primeira grande manifestação foi nos arredores do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha no dia do jogo de abertura da Copa das Confederações. Aproximadamente 2,5 mil protestaram. Para conter o tumulto, a polícia usou bombas de efeito moral e balas de borracha. Pelo menos 39 pessoas ficaram feridas — quatro policiais —, e 20 adultos e 10 adolescentes foram detidos.

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