A empresa norte-americana Privateer Holdings anunciou nesta terça-feira (18) a criação da primeira marca global de maconha, que levará o nome de Marley Natural, em tributo ao músico morto há 33 anos. O produto estará disponÃvel apenas no fim de 2015.
A Marley Natural será comercializada somente nos paÃses ou estados onde o consumo da maconha é legalizado. A lei federal americana proÃbe o consumo diário, a venda e a posse de maconha, mas os estados de Colorado (oeste) e Washington (noroeste) autorizaram seu uso.
A estratégia surge em um momento em que cada vez mais estados norte-americanos permitem o uso da canabis. Oregon, Alasca e a capital federal, Washington, aprovaram a legalização em referendo, em 4 de novembro, enquanto o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, autorizou a utilização em janeiro para fins medicinais.
FamÃlia de Marley
Em entrevista à emissora NBC, a filha do cantor Bob Marley, Cedela Marley, afirmou que a marca é descrita como “uma das melhores marcas de canabis, enraizada na vida e no legado do cantor jamaicano”. “Parece natural que meu pai seja associado a este produto”, disse.
Bob Marley, que morreu de câncer em 1981, com 36 anos, considerava a canabis um ingrediente essencial da fé rastafári e militou ativamente pela legalização da erva.
“Bob Marley começou a militar pela legalização da canabis há mais de 50 anos. Nós vamos ajudar a continuar esta aç㔑, afirmou Brendan Kennedy, diretor executivo da empresa. “A erva é feita para curar uma nação, a erva ajuda a meditação, a erva gera melhores vibrações”, prosseguiu Rohan Marley, outra filha do músico.
A famÃlia do Ãcone reggae Bob Marley e uma empresa de fundos de participação sediada em Seattle, nos Estados Unidos, informaram nesta terça-feira (18) que estão lançando a primeira marca global de maconha com produtos vendidos com o nome do cantor, verdadeiro porta-voz da planta que ele chamava carinhosamente de “a ervaâ€.
O surgimento da Marley Natural marca a primeira vez em que o nome da famÃlia irá adornar embalagens de produtos de maconha, que irão das mudas semelhantes à quelas que Bob pode ter fumado em sua Jamaica natal a concentrados, óleos e loções, que serão vendidos em paÃses e em Estados norte-americanos que adotaram medidas para descriminalizar e legalizar o uso e a venda de maconha.
A Marley Natural provavelmente estará disponÃvel na maconha e em outros produtos e acessórios no final de 2015, segundo o termo de licença global de 30 anos acordado entre a famÃlia e a empresa Privateer Holdings.
A marca, uma subsidiária sediada em Nova York, irá produzir e vender tópicos e acessórios de maconha em paÃses de todo o mundo e pode assinar acordos de licenciamento que regulam as exigências de produção e embalagem com cultivadores e processadores que vendem maconha e produtos com infusões da erva em Estados dos EUA, entre outros planos.
Em 2009, a famÃlia de Bob Marley disse que iria entrar em parceria com a empresa de fundos de participação Hilco Consumer Capital para licenciar produtos que iriam de roupas a vÃdeo games.
Marley, a quem se credita ter ajudado a disseminar a música jamaicana para um público mundial com sucessos como “No Woman, No Cry†e “I Shot the Sheriffâ€, morreu de câncer em 1981 aos 36 anos de idade.
“Ele via a erva como algo espiritual que poderia despertar nosso bem-estar, aprofundar nossa reflexão, conectar as pessoas à natureza e liberar nossa criatividadeâ€, disse Cedella Marley, filha de Bob, em um comunicado anunciado o acordo.
O negócio veio à tona semanas depois que dois Estados dos EUA votaram pela legalização da maconha para uso recreativo, abrindo espaço para lojas de venda direta ao consumidor semelhantes às que já operam no Colorado e em Washington.
A venda de maconha continua ilegal na maior parte do mundo, mas vários paÃses da Europa e das Américas descriminalizaram a erva em graus variados.
A Holanda permite a venda de maconha em “cafeteriasâ€, Israel e o Canadá e quase metade dos Estados norte-americanos liberaram seu uso medicinal e o Uruguai legalizou seu uso.
Nos EUA, a maconha ainda é proibida pela lei federal. O Departamento de Justiça e a Administração de Aplicação de Drogas (DEA, na sigla em inglês) não responderam de imediato a pedidos de entrevista sobre os planos.