A polÃtica de criminalização dos movimentos sociais promovida pelo poder público, por setores da mÃdia e executada pelo judiciário e pelas PMs, continua ativa, à frente de um legado de processos mal-redigidos, acusações ridÃculas, injustiças escandalosas e juÃzes preconceituosos.
No Rio de Janeiro o julgamento coletivo dos 23 ativistas que sofrem diversas acusações prossegue, com audiências marcadas por protestos contra os diversos furos e arbÃtrios nos processos. Três desses ativistas, Elisa Quadros, a Sininho; Karlayne Moraes, a Moa; e Igor Mendes, estavam em liberdade provisória mas receberam mandato de prisão preventiva por não terem cumprido uma determinação autoritária e digna dos anos de chumbo – a de não participarem de manifestações públicas! Sininho e Moa não se entregaram aos agentes da repressão e estão vivendo na clandestinidade, enquanto Igor Mendes segue preso.
Também estão presos mais dois dos 23, Fábio Raposo e Caio Silva, acusados de dispararem os foguetes que teriam levado o cinegrafista Santiago Andrade à morte em uma manifestação no centro do Rio. Esse julgamento é caótico e revela a atitude deliberadamente polÃtica do sistema judiciário, assim como podemos ver que ocorre também em São Paulo acompanhando o caso Hideki. A começar pelo caráter de “ônibus†desse julgamento, com presos que nem sequer se conheciam sendo acusados de associação criminosa. Além disso, há muitas crÃticas sobre a atuação dos rastreadores da polÃcia civil, que realizaram interpretações duvidosas de chamadas telefônicas, como as que incriminaram a professora Camila Jourdan. Não faltou também o já costumeiro exagero na descrição dos materiais apreendidos em buscas realizadas nas residências dos ativistas perseguidos.
Os 23 perseguidos são:
Igor Mendes
Caio Souza
Fábio Raposo
Elisa Quadros Pinto Sanzi (Sininho)
Karlayne Pinheiro (Moa)
Filipe Proença
Igor Pereira D’Icarahy
Felipe Frieb de Carvalho
Pedro Guilherme Mascarenhas
Bruno de Sousa Vieira Machado
Joseane Maria Araújo de Freitas
Shirlene Feitoza da Fonseca
Emerson Raphael Oliveira da Fonseca
Rafael Rego Barros Caruso, Gabriel da Silva Marinho
Eloisa Samy Santiago
Luis Carlos Rendeiro Junior (Game Over)
Pedro Brandão Maia
André Basserez
Drean Moraes
Camila Aparecida Rodrigues Jourdan
Rebeca Martins
Leonardo Fortini.
E possÃvel acompanhar o encaminhamento dos processos através pagina do facebook
Liberdade Aos Presos PolÃticos – RJ e demonstrar apoio através da campanha virtual #EuApoioOs23 (confiram o video).
Mas o drama dos 23 não é ainda o ato mais dramático do circo da repressão no Rio de Janeiro, pois o caso Rafael Alves, o preso do pinho sol, é simplesmente escandaloso. O mais pobre, o que sofreu a mais ridÃcula de todas as acusações, o trabalhador que estava de passagem e foi preso por dormir na rua quando não tinha o dinheiro para comprar sua passagem de volta, este foi julgado e condenado por “porte de coquetéis molotovâ€. E está preso… Apesar da condenaçao a mobilizaçao continua através da Campanha pela Liberdade de Rafael Braga Vieira.
Em Porto Alegre, o militante da FAG (frente anarquista gaúcha) Vicente Mertz foi condenado a um ano e meio de prisão por dano ao patrimônio público e crime ambiental. De acordo com a justiça, ele teria cometido esses crimes em uma manifestação ocorrida em 2013.
Em São Paulo, para além do caso Hideki, temos três outros ativistas acusados e processados em no contexto de manifestações. Como ja dissemos anteriormente, movimentações e decisões dos processos podem ser vistas em http://esaj.tjsp.jus.br/cpo/pg/open.do, buscando pelo numero do respectivo processo.
Henrique Lima da Silva preso por danificar uma placa em um protesto, está em regime de liberdade condicional e teve seu processo suspenso por dois anos (processo número: 0052207-35.2014.8.26.0050).
Jefte Rodrigues do Nascimento, que ficou uma semana preso, acusado de quebrar uma vidraça do Citibank, foi solto por falta de provas e não enfrenta processo;
João Antônio Alves Roza, preso por suspeita de danificar automóveis de uma concessionária em um protesto e acusado de dano qualificado, aguarda o andamento de seu processo em liberdade provisoria  e tem uma audiência marcada para o dia 06 de abril (processo número: 0060100-77.2014.8.26.0050.
Já Rafael Lusvargui também está com o seu processo em andamento e aguarda audiência para o dia 26 de fevereiro, mas não sabemos se ele se encontra no paÃs (processo número: 0060100-77.2014.8.26.0050)
Quanto aos outros ativistas presos pelo Brasil, pedimos que quem tiver material a seu respeito, que nos envie. Esperamos aqui contribuir para unir e divulgar informações sobre ativistas presos em todo o Brasil, para que os vÃcios recorrentes nos processos sejam reconhecidos e para que a luta por sua liberdade seja mais forte e mais eficiente.
#liberdadeparahideki
#libertemnossospresos
#euapoioos23
Nao Esqueceremos: Ninguem fica para trás!