Fundado em 2009, o Coletivo DAR prioriza ações e atividades que buscam mudar essa mentalidade proibicionista, violenta e autoritária que tá aí. Ou seja, pra além de defendermos mudanças na lei que terminem com a proibição das drogas, retirando do Estado essa ferramenta de criminalização e repressão e do crime essa fonte de lucro, buscamos transformar a mentalidade que legitima e produz essas leis, e que está no Estado sim, lógico, mas também no dia a dia das pessoas: nas famílias, quebradas, escolas, cursinhos, faculdades, igrejas, nos meios de comunicação, nos movimentos sociais, etc.
Por isso, pra gente tão (ou mais) importante do que pressionar os políticos e a justiça, fazer manifestações de rua e participar do debate na imprensa e nas redes sociais é trocar ideia com as pessoas onde elas tão, pra fortalecer o que acreditamos ser um antiproibicionismo desde baixo, que não seja imposto como a proibição sempre foi.
Dentro desta estratégia, deste modo de ver as coisas, deste plano, temos feito diferentes tipos de atividades no centro e na periferia de São Paulo, o que serve tanto pra espalhar as sementes da mudança que queremos como pra aprendermos com essas pessoas e realidades, o que nos anima e fortalece muito. Se você, seu coletivo, movimento, ONG, escola, sarau, cursinho ou o que seja está interessado em uma atividade como essa, não pense duas vezes, escreva pra nós no email abaixo e combinamos uma data e um formato que seja melhor pra sua realidade. Mais abaixo apresentamos alguns dos tipos de intervenção que organizamos ou já fomos convidados.
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Pra inspirar
Nossas atividades partem do princípio que a proibição das drogas é um fracasso no que diz respeito à sua principal promessa, a defesa da saúde pública, já que não só as pessoas seguem usando drogas, sem nenhum controle de qualidade e dosagem, como também a repressão causa muito mais problemas do que o uso: mortes, torturas, muita gente presa, desinformação, preconceito. Por outro lado, a proibição é um sucesso pro Estado reprimir e controlar os mais pobres e pros seus funcionários corruptos – policiais, juízes, políticos – , além de ser também um sucesso pros comerciantes das drogas, que geram muito mais lucro proibidas, pros vendedores de armas, pra indústria farmacêutica e pra mais um monte de gente que vive do sofrimento dos outros.
Mas a gente não gosta só de criticar não, também temos propostas. Propomos outro modelo, oposto ao da proibição, que é conhecido como redução de danos. Esse modelo não finge que o uso de drogas não existe nem pensa que vai acabar com as drogas como nem os Estados Unidos e seus trilhões de dólares conseguiram. Ele parte de um entendimento mais realista e respeitoso do direito dos indivíduos: o de que as pessoas devem ter liberdade pra fazerem o que quiserem quando não estiverem prejudicando ninguém, e que em vez de tentar controlar e reprimir temos que oferecer informação pra elas se cuidarem – e apoio quando elas não tiverem conseguindo.
Assim, todos nossos formatos de atividade buscam refletir sobre drogas a partir da crítica da proibição (de algumas delas) e da explicação do que é o modelo da redução de danos, que busca fortalecer o autoconhecimento e o cuidado, individual e coletivo, pra diminuir os problemas do consumo problemático.
Podemos fazer isso de diferentes formas, que às vezes podem até serem complementares, em lugares abertos ou fechados:
– rodas de conversa que estimulem uma participação horizontal e troca de experiências
– mesas de debate em que se apresente diferentes pontos de vista sobre a questão – elas podem ser inclusive contrárias à legalização, confiamos no nosso taco 🙂
– exibição de filmes ou trechos de filmes com posterior debate sobre suas questões
– trabalho conjunto na confecção de materiais informativos e ou artísticos que podem posteriormente servir para multiplicar o debate. por exemplo zines, cartilhas, vídeos, jornais.
– jogos e dinâmicas que envolvam o público de forma menos oral e mais participativa (em geral podem ser utilizados pra introduzir o evento e “quebrar o gelo”, dependendo de quanto tempo se dispõe, número de pessoas, tamanho do lugar, etc.)
– aulas ou minicursos para desenvolver algum tema específico da questão das drogas, como por exemplo história das drogas e da proibição, histórico da redução de danos, efeitos sociais do proibicionismo, drogas e mulheres.
– oficinas sobre aspectos mais práticos do ativismo, como de comunicação ou sobre a Marcha da Maconha, por exemplo.
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