Segundo os organizadores, o objetivo da viagem é levar um grito por justiça e pela apresentação dos desaparecidos com vida para sete cidades da Argentina, Uruguai e Brasil |
Desembarcaram neste sábado (dia 16), em Córdoba, Argentina, familiares dos 43 estudantes mexicanos desaparecidos durante o massacre de Ayotzinapa, povoado do estado de Guerrero, México. No dia 26 de setembro do ano passado, a violenta repressão policial contra um protesto de normalistas terminou de forma trágica com seis estudantes assassinados, 25 feridos e 43 até hoje desaparecidos.
Em Córdoba, a delegação foi recebida  por ativistas de movimentos sociais, dando inÃcio à “Caravana 43 Sudaméricaâ€. Segundo os organizadores, o objetivo da viagem é levar um grito por justiça e pela apresentação com vida dos desaparecidos para sete cidades da Argentina, do Uruguai e do Brasil. Antes de deixarem a Cidade do México rumo ao Sul, os familiares concederam uma entrevista coletiva no centro da capital mexicana onde destacaram a importância da viagem . “Vamos difundir todas as violações de direitos humanos que o governo mexicano está fazendo com seu povo, justiça vamos pedir quando encontrarmos a nossos filhos vivos. O governo foi inepto e incapaz. Não fez nada pela gente, são muitas irregularidades nas investigaçõesâ€, afirmou Hilda Legideño, mãe do desaparecido Jorge Antonio Tizapa. Já Mário Gonzalez, pai do estudante Cesar Manuel Gonzalez, lembrou dos resultados positivos de iniciativas de caravanas realizadas recentemente na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, “Nós caminhamos muito e vamos caminhar mais para localizar os 43, mas não só eles, também os mais de 30 mil desaparecidos, é pelas mais de 30 de mil famÃlias que sofrem por um desaparecidoâ€. Uma das exigências mais imediatas dos familiares é o acesso à s informações da investigação policial sobre o caso, negadas pelo presidente mexicano Enrique Peña Nieto. â€Faltam 74 volumes da investigação de Ayotzinapa, que estão repartidos em distintos estados e não nos quiseram entregar, não sei com qual propósitoâ€, contestou Gonzalez. Em solo brasileiro a caravana está programada para passar: Nestas capitais, os familiares participarão de mobilizações, debates, sarais culturais e entrevistas coletivas para sensibilização de sociedade brasileira. Desde o ano passado, dezenas de protestos e mobilizações semelhantes têm ocorrido em diferentes partes do mundo. Para Júlio Delmanto, ativista do Coletivo Desentorpecendo A Razão (DAR) — um dos grupos que está organizando a passagem dos familiares por São Paulo — a iniciativa é importante “para mostrarmos aos familiares que não estão sós, que a revolta com a violência do Estado e a solidariedade nos une, não importam as distâncias e as dificuldades. E também para disseminar pelo Brasil a sua demanda por justiça e pela apresentação com vida dos desaparecidos”. |