Uma ação de solidariedade aos 43 estudantes desaparecidos há exatamente um ano na cidade de Iguala, no México, e suas famÃlias foi realizada na avenida Paulista, a principal de São Paulo, neste sábado (26/09).
De branco, mais de cem pessoas fecharam o cruzamento da rua Augusta com a Paulista segurando 43 cartazes com os nomes e rostos dos normalistas sequestrados e recitando um jogral escrito pelos organizadores: “Vivos os levaram! Vivos os queremos!â€.
Enquanto isso, no asfalto, foi escrito com tinta branca: “Carandiru, Ayotzinapa foi o Estadoâ€.
Camila Alvarenga
Intervenção na Paulista contou com cartazes com os nomes e rostos dos 43 desaparecidos de Ayotzinapa
A intervenção começou logo pela manhã, quando membros dos coletivos foram até o Consulado mexicano em São Paulo e pintaram o número “43†na rua em frente ao edifÃcio.
O ato abre a Semana de Lutas Contra a Violência do Estado – Nenhum a Menos, que irá durar até o dia 3 de outubro, um dia após os 23 anos do massacre do Carandiru (02/10). Entre os organizadores estãos os coletivos Comboio, DAR e Pastoral Carcerária. O evento também conta com o apoio do coletivo Mães de Maio e do Movimento Passe Livre.
Camila Alvarenga
Intervenção relembra desaparecimento dos 43 estudantes normalistas de Ayotzinapa
“A nossa ideia inicial era começar pelos desaparecidos de Ayotzinapa e terminar com o massacre do Carandiru para amarrar as duas pontas, mostrar que a violência do Estado é igual lá e aqui. A lógica do Estado é a mesmaâ€, contou Lucas Silva, um dos agentes do coletivo Pastoral Carcerária, que faz parte da organização da ação.
“A ideia de montar uma semana de luta surgiu do encontro com o coletivo Caravana 43, que trouxe as famÃlias dos normalistas aqui pro Brasil, e com as quais nós ainda mantemos contatoâ€, disse ele.
Mesmo um ano após o desaparecimento dos jovens de Ayotzinapa, o governo mexicano ainda não forneceu respostas consideradas satisfatórias pelas famÃlias sobre o que aconteceu no dia 26 de setembro de 2014. Na quinta-feira (24/09), os familiares iniciaram uma greve de fome de 43 horas para chamar atenção para a falta de soluções para o caso.