Um dos organizadores da Marcha da Maconha São Paulo, nós do Coletivo Desentorpecendo A Razão buscamos soluções que não passem por Estado nem mercado para terminar com a guerra às drogas.
O livro Dichavando o poder: Drogas e autonomia, recém publicado pela Editora Autonomia Literária, condensa reflexões, dúvidas e propostas surgidas ao longo dos sete anos de existência e ativismo do Coletivo DAR (Desentorpecendo a Razão) na cidade de São Paulo. Um dos organizadores da Marcha da Maconha, o Coletivo busca refletir sobre as alternativas à atual proibição de algumas drogas a partir de pensamentos e práticas identificados com o anticapitalismo e com a busca pela autonomia.
O livro conta também com ilustrações de André Dahmer, poemas de Carol Ribeirinha, uma versão em quadrinhos para os textos de Walter Benjamin sobre haxixe, feita por Luciano Thomé, e contribuições inéditas relacionadas ao tema elaboradas especialmente para essa obra, escritas por: Paulo Arantes, Maria Lúcia Karam, Henrique Carneiro, MaurÃcio Fiore, Paulo Malvasi, Adalton Marques, Rafael Morato Zanatto, Thamires Regina Sarti, Bloco Feminista da Marcha da Maconha de São Paulo (com colaboração da Ala Feminista – Marcha da Maconha RJ e de feministas da Marcha de Santos), Ilana Mountian, Isa Bentes, Carlos Eduardo Torcato e Núcleo Ãlcool, Drogas e Medicalização do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. Há ainda um texto, elaborado em conjunto com o Movimento Independente Mães de Maio, sobre #desmilitarização das polÃcias.
O texto principal da parte elaborada pelo DAR é intitulado “Sementes no seu quintal: reflexões e propostas pra depois da guerra (e pra chegar até lá)â€, e traz um relato da trajetória prática do Coletivo, a partir da qual foram surgindo as dúvidas, crÃticas e propostas contidas no restante do material, que fala sobre redução de danos, autonomia e sobre vantagens e desvantagens dos modelos de legalização baseados no monopólio do Estado ou no livre mercado ou nas cooperativas. Pensando no cenário concreto da disputa sobre alternativas ao proibicionismo já em curso, o DAR apresenta também o que acredita que não se pode abrir mão e o que deve ser evitado num cenário de legalização.
“Não queremos tomar o poder, queremos dissolvê-lo, espalhá-lo entre todos da maneira o mais equânime possÃvel. Dichavar o poder, pois só assim é possÃvel tragá-loâ€, diz a introdução do livro, referindo-se ao tÃtulo, que por sua vez faz menção à expressão usada para triturar a maconha antes de fumá-la. Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre de (e para) onde fala o Coletivo DAR.