Homenagem da Marcha da Maconha SP nas redes 2020
Por Coletivo DAR
Com os corações apertados pela partida prematura e brusca da nossa parceira tão querida, chegou a primeira Marcha da Maconha de São Paulo sem a presença de Ju Paula ” e no meio da pandemia. Ainda sem podermos voltar às ruas, fizemos uma mobilização virtual durante todo o dia de 6 de junho e, é claro, preparamos uma homenagem a ela, cuja luta e carinho tão curtos quanto intensos sempre vamos carregar.
“Sou uma mulher negra que nasceu, cresceu e mora na periferia”, se apresentou Juliana Paula, psicóloga, educadora, militante antiproibicionista do Coletivo DAR, da Marcha da Maconha SP, do Bloco Feminista e da Craco Resiste. Esse vídeo registra uma das últimas falas públicas dela, cinco meses antes que um trágico acidente de moto lhe tirasse a vida no ano passado. O evento “Apertando o Supremo” foi organizado pelo DAR em maio de 2019 e, num julgamento simulado, juntou 11 convidadas/os de peso pra exporem seus votos sobre a política de drogas.
A qualidade da imagem é péssima, foi gravada pelo celular pra uma transmissão online com uma conexão ruim. Mas o áudio está ótimo e a Ju conta um pouco da sua própria trajetória e um tiquim do tanto que nos ensinou. Na contramão da política proibicionista que opera na lógica da repressão, do racismo, da morte e do encarceramento, Ju contou como construía – no seu cotidiano num serviço público na quebrada – uma relação com as pessoas e o debate de drogas baseada em acolhimento, informação, sinceridade e confiança. Sem mais, nada melhor que escutar a letra vinda diretamente dela.
O amor que cê plantou segue vivo na nossa luta, Ju.